Actividade da indústria transformadora abranda em Junho

A actividade da indústria transformadora da China continuou em terreno positivo em Junho, mas o ritmo de crescimento desacelerou pelo quarto mês consecutivo, indicam dados publicados ontem pela revista privada Caixin.
O índice de gestores de compras (PMI, na sigla em inglês), elaborado pela empresa de informação económica britânica IHS Markit e difundido pela Caixin, caiu para 50,5 pontos em Junho, depois de se ter fixado em 50,5 pontos em Maio.
Quando se encontra acima dos 50 pontos, o PMI sugere uma expansão do sector, enquanto abaixo dessa barreira pressupõe uma contração da actividade.
O índice da IHS Markit, que cobre principalmente empresas menores e voltadas para a exportação, em comparação com o PMI oficial, é tido como um importante indicador da evolução da segunda maior economia do mundo.
O índice caiu pelo quatro mês consecutivo, depois de ter atingido 51,6 pontos em Fevereiro, o maior ritmo de expansão em quase um ano.

Acima das expectativas
Apesar da desaceleração, os 50,5 pontos registados em Junho superaram as expectativas dos analistas, que esperavam que o índice divulgado pela Caixin ficasse em torno de 50,2 pontos.
“O crescimento da actividade manufactureira sofreu uma desaceleração mínima”, apontou Wang Zhe, economista do Caixin Insight Group, no comunicado que acompanha os dados.
“Tanto a oferta quanto a procura aumentaram ligeiramente, o mercado de trabalho piorou, a logística melhorou, as empresas aumentaram as compras, as reservas de matéria-prima aumentaram ligeiramente, os preços continuaram a cair e o optimismo dos empresários vacilou”, acrescentou Wang.
O especialista destacou que o aumento da procura se deveu principalmente ao mercado doméstico, já que a do exterior se manteve “mais ou menos estável” diante da “continuada letargia” da economia global.
Wang sublinhou que o índice que mede o optimismo dos empresários do sector para os próximos 12 meses se manteve acima dos 50 pontos, mas caiu para o menor nível desde Outubro, com alguns dos entrevistados preocupados com uma recuperação económica mais lenta do que o esperado depois de o fim da política ‘zero covid’ na China.
“A recuperação económica da China ainda tem de encontrar uma base estável (…). Maior apoio político será necessário ao nível macro, bem como implementação [de medidas] mais eficazes numa perspectiva micro, para garantir que as políticas beneficiem directamente os participantes do mercado e, portanto, aumentem o emprego e as expectativas”, recomendou o economista.
Os números divulgados pela Caixin contrastam com as estatísticas divulgadas na sexta-feira pelo Gabinete de Estatísticas chinês, que situava o PMI oficial em 49 pontos, marcando o terceiro mês consecutivo de contração da actividade no sector.

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