Tabagismo | Macau ultrapassa meta de redução da OMS

O Governo marcou o Dia Mundial Sem Tabaco com um simpósio onde Alvis Lo enalteceu os resultados do combate ao tabagismo. Numa década, o número de fumadores diminuiu 36,1 por cento, ultrapassando em 2022 a meta estabelecida pela Organização Mundial de Saúde. Porém, o Governo está preocupado com o aumento do consumo de cigarros electrónicos

 

Em 2011, os fumadores representavam 16,6 por cento da população de Macau, percentagem que caiu até ao fim de 2022 para 10,6 por cento, passando de 79.400 para 59.700 fumadores entre os dois períodos.

A redução de mais de 20 mil fumadores ao longo de uma década foi uma das mais flagrantes revelações do “Inquérito sobre o consumo do tabaco pela população de Macau 2022”, e representou uma redução da taxa de consumo de tabaco de 36,1 por cento. Estes números foram sublinhados na quarta-feira pelo director dos Serviços de Saúde (SS), Alvis Lo, no colóquio sobre o controlo do tabagismo que marcou o Dia Mundial Sem Tabaco.

A redução do consumo de cigarros registada em Macau superou a meta estabelecida pela Organização Mundial de Saúde, que apontara para uma diminuição de 30 por cento até 2025.

Dirigindo-se a uma plateia composta por dirigentes de várias associações, organismos públicos e instituições ligadas ao sector da saúde e juventude, Alvis Lo vincou o compromisso do Governo no controlo do tabagismo, através de uma estratégia de multidisciplinar, com políticas de controlo e legislação, assim como acções de sensibilização sobre os malefícios do tabaco.

Numa sessão aberta à participação das várias instituições participantes, Kong Pan, do Gabinete para a Prevenção e Controlo do Tabagismo, pediu sugestões sobre a forma para controlar o consumo de tabaco por transeuntes, ou seja, como impedir que quem anda pelas ruas de Macau o faça com um cigarro aceso.

A fava do bolo

Apesar dos números que dão azo a optimismo quanto à redução do fumo de tabaco convencional, Alvis Lo não passou ao lado do aumento de popularidade dos cigarros electrónicos, em particular entre os mais jovens.

Um estudo conduzido pelas autoridades de saúde revelou que em 2021 a taxa de consumo de cigarros electrónicos entre jovens com idades compreendidas entre 13 e 15 anos aumentara de 2,6 por cento em 2015 para 4 por cento em 2021.

O director dos SS expressou preocupação face à tendência crescente deste tipo de consumo entre menores de idade, que é significativamente superior ao consumo de cigarros convencionais. Estes dados foram tidos em consideração pelo Governo para um plano de acção que culminou com a entrada em vigor no início de Dezembro do ano passado da lei que proibiu a produção, distribuição, venda e importação de cigarros electrónicos.

Em comunicado, as autoridades de saúde sublinham que todos os centros de saúde do território providenciam serviços de apoio a quem quer deixar de fumar, com consultas médicas, e que existe uma linha de apoio, 2848 1238, para quem precisar de ajuda para dar o primeiro passo.

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