DesportoFutebol | Nuno Espírito Santo sela marca lusa na Arábia Saudita pelo terceiro ano seguido Hoje Macau - 28 Mai 2023 O treinador português Nuno Espírito Santo sagrou-se no sábado campeão saudita de futebol pelo Al-Ittihad, destronando o Al-Hilal, que conquistara duas das últimas três edições pela mão de José Morais e Leonardo Jardim. Uma vitória na visita ao Al Feiha (3-0) permitiu aos ‘tigres’ chegarem ao seu nono cetro e desfazerem um ‘jejum’ de 14 anos, num 29.ª e penúltima ronda em que o ‘vice’ Al Nassr, no qual atua o internacional luso Cristiano Ronaldo, empatou na casa do Al-Ettifaq (1-1). O Al-Ittihad fortaleceu a liderança, com 66 pontos, cinco acima do Al Nassr, sobre o qual também tinha vantagem no confronto direto, numa temporada em que já tinha vencido a Supertaça da Arábia Saudita, ao bater o Al Feiha (2-0), na decisão disputada em Riade. No rasto dos êxitos de 1981/82, 1996/97, 1998/99, 1999/00, 2000/01, 2002/03, 2006/07 e 2008/09, o clube de Jeddah igualou o Al Nassr no segundo lugar do quadro de honra do principal escalão saudita, reunindo metade dos 18 títulos do até aqui tricampeão Al-Hilal. Nuno Espírito Santo sagrou-se campeão nacional pela primeira vez e granjeou o terceiro título no seu currículo de treinador principal, iniciado com a conquista da segunda divisão inglesa, e consequente subida direta à Premier League, pelo Wolverhampton (2017/18). O antigo guarda-redes, que chegou a passar pelo comando do FC Porto (2016/17), clube no qual terminou a sua carreira de futebolista, aumentou para seis o número de técnicos lusos campeões na Arábia Saudita, após Artur Jorge (Al-Hilal, em 2001/02), Rui Vitória e Hélder Cristóvão (ambos com o Al Nassr, em 2018/19), José Morais e Leonardo Jardim. Nuno Espírito Santo, de 49 anos, emerge agora como um dos 13 compatriotas vitoriosos em campeonatos nacionais na Ásia e frisou o contributo do maior país do Médio Oriente nesse lote, que atravessa China, Coreia do Sul, Hong Kong, Macau, Malásia, Maldivas, Qatar ou Vietname, incluindo desde este ano a Indonésia e os Emirados Árabes Unidos. Os treinadores portugueses já prevaleceram num conjunto de 36 nações dispersas pelos quatro cantos do planeta, com destaque para os 34 êxitos observados em oito países de África, onde os escalões principais de Egito e de Moçambique somaram 10 títulos cada. Nesse continente, distinguiram-se Manuel José, com seis cetros egípcios pelo Al-Ahly, e Bernardino Pedroto, com três no ASA e dois no Petro Luanda, todos em Angola, à parte das conquistas em Cabo Verde, Líbia, Marrocos, Tunísia ou Argélia, onde Carlos Gomes se tornou o primeiro lusitano a ser campeão no estrangeiro, em 1970/71, pelo MC Oran. Na Europa, e para além de Portugal, os treinadores nacionais granjearam sucesso em 13 países, tais como Bulgária, Chipre, Grécia, Israel, Luxemburgo, Roménia, Rússia, Suíça ou Ucrânia, faltando a Alemanha para fechar a senda nos cinco principais campeonatos. O maior responsável deste cenário é José Mourinho, que ainda é o único a triunfar em Espanha, pelo Real Madrid (2011/12), em Inglaterra, onde foi tricampeão com o Chelsea (2004/05, 2005/06 e 2014/15), e em Itália, ‘bisando’ no Inter Milão (2008/09 e 2009/10). O atual técnico dos transalpinos da Roma nunca trabalhou na Alemanha ou em França, nação onde comemoraram o ‘rei’ Artur Jorge, com o Paris Saint-Germain, em 1993/94 e 1994/95, e, mais recentemente, em 2016/17, Leonardo Jardim, ao serviço do Mónaco. Brasil e Equador distinguiram recentemente a presença portuguesa na América do Sul, com Jorge Jesus a festejar pelo Flamengo (2019) e Abel Ferreira a imitar esse feito pelo Palmeiras (2022), entre a conquista de Renato Paiva no Independiente del Valle (2021). Se não há qualquer êxito na Oceânia, o historial na América do Norte resume-se ao ‘bis’ de Guilherme Farinha na Costa Rica, em representação do Alajuelense, em 1999/00 e 2000/01, e ao cetro de Pedro Caixinha no México, com o Santos Laguna, em 2014/15.