Cáritas enviou 1,7 milhões de patacas para vítimas na Turquia

A Cáritas Macau enviou quase 1,7 milhões de patacas para apoiar as vítimas dos sismos na Turquia e na Síria, disse na sexta-feira à Lusa o secretário-geral da organização. Paul Pun Chi Meng afirmou que a quantia foi recolhida durante o primeiro mês de uma campanha de angariação de fundos, lançada no dia seguinte aos sismos de 6 de Fevereiro, que causaram mais de 50 mil mortos.

“A situação económica em Macau não tem sido boa nos últimos anos, por isso é uma quantia bastante elevada”, sublinhou o responsável. Paul Pun disse que a primeira doação feita pela organização humanitária da Igreja Católica em Macau vai servir para adquirir bens essenciais, como alimentação, roupa e tendas para dar abrigo aos desalojados.

Numa segunda fase, o dinheiro angariado pela Cáritas Macau, em resposta a um apelo da entidade a nível internacional, “irá servir para ajudar a reconstruir” a Turquia e a Síria, explicou Paul Pun.

O secretário-geral acredita que o valor vai continuar a aumentar até Maio, lembrando que várias instituições de ensino de Macau se associaram à iniciativa e estão a realizar campanhas de angariação até ao final deste mês.

“O mais importante não é o valor dos donativos, mas sim que as pessoas de Macau e sobretudo as novas gerações saibam como responder a quem mais precisa”, sublinhou Paul Pun.

Desafios de envio

Um ponto sublinhado também pelo português Fernando Lourenço, presidente da Associação Simang, “a primeira organização” de Macau a enviar bens essenciais para a Turquia, a 14 de Fevereiro, uma semana depois dos sismos.

“Há muita gente que quer ajudar, mas no final a dificuldade é enviar o material”, explicou à Lusa o macaense, membro de uma comunidade euro-asiática com raízes em Macau, muitos dos quais são luso-descendentes.
Graças a um voluntário turco que vive em Macau e entrou em contacto com o Consulado-Geral da Turquia em Hong Kong, a Simang conseguiu reservar um espaço para 65 caixas num avião de mercadorias.

“Foi uma missão difícil, porque tínhamos um tempo limitado, apenas dois dias para angariar os bens necessários, empacotar tudo e levar para o local predestinado”, explicou à Lusa a também macaense Zélia Gonçalves, membro da Simang.

Os membros da associação, que incluem macaenses, portugueses e chineses, reuniram 30 mil patacas para comprar cobertores, desinfetantes, fraldas e roupa de Inverno – “toda nova”, sublinhou Fernando Lourenço.
“Se não houver organização, o material que for reunido pode não ser útil. Por exemplo, no início [as autoridades da Turquia] queriam muita roupa de Inverno, mas agora já não”, explicou o professor universitário.

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