IAS | Centro de acolhimento recebeu 2.799 pessoas desde o início do surto

A imposição de restrições nas fronteiras levou a que, desde o início do actual surto, 2.799 pessoas tenham recorrido ao Centro de Acolhimento Temporário “Wui Ieng” gerido pela Caritas. Segundo o IAS, 25 por cento são portadores de BIR que vivem em Zhuhai e 75 por cento são TNR que trabalham em Macau. Durante o confinamento parcial, os 10 sem-abrigo que vivem nas ruas de Macau devem recorrer ao abrigo temporário para evitar consequências legais

 

Desde o início do actual surto de covid-19 em Macau, um total de 2.799 pessoas recorreram ao Centro de Acolhimento Temporário “Wui Ieng”, na Ilha Verde, para fazer face à imposição de medidas mais restritivas nas fronteiras. Segundo o Instituto de Acção Social (IAS), entre aqueles que procuraram abrigo entre 19 de Junho e 12 de Julho, estão 2.278 homens e 521 mulheres, incluindo residentes e não residentes.

“Devido à evolução da pandemia de covid-19 e à alteração de medidas tomadas no âmbito de migração em Macau, o IAS encarregou a Caritas de Macau de abrir o Centro de Acolhimento Temporário ‘Wui Ieng’, localizado na Rua Leste da Ilha Verde, n.º 34, Edifício do Bairro da Ilha Verde, E1. No período de 19 de Junho a 12 de Julho, registou-se um total acumulado de 2.799 pessoas (…) beneficiárias do serviço de alojamento, sendo 2.278 (…) do género masculino e 521 pessoas (…) do género feminino”, pode ler-se numa resposta enviada ao HM.

Do total de 2.799 pessoas que procuraram o abrigo, 25 por cento diz respeito a portadores de BIR com residência em Zhuhai e 75 por cento a não-residentes que trabalham em Macau.

Recorde-se que, com o novo surto de covid-19 em Macau, as autoridades da cidade vizinha de Zhuhai impuseram uma quarentena de sete dias, em hotéis designados, para quem chega de Macau. A medida, deixou muitos trabalhadores não-residentes (TNR), estudantes e até residentes de Macau que moram em Zhuhai, impossibilitados de cruzar as fronteiras. No início do surto, mais de 200 TNR de nacionalidade chinesa do sector da construção civil que foram dispensados pelo empregador, manifestaram-se perto do Gabinete de Ligação do Governo Central em Macau contra o pagamento da quarentena no regresso a casa.

Toca a todos

Questionado sobre a situação dos sem-abrigo que habitualmente pernoitam nas ruas de Macau, nomeadamente em restaurantes que funcionam 24 horas ou em casinos, o IAS apontou que, à luz do confinamento parcial da cidade que ditou a obrigatoriedade de ficar em casa e o encerramento de todas as actividades não essenciais, não há excepções e que “todas as pessoas têm de permanecer no domicílio” para evitar consequências legais.

O IAS lembra que, mesmo para aqueles que não têm casa, quem estiver na rua, salvo por motivos de trabalho necessário, compra de bens básicos e outros motivos urgentes, pode ser alvo de sanções. “Os infractores serão acusados, punidos com pena de prisão ou com pena de multa”, foi reforçado.

Contudo, aponta o organismo, “se as pessoas tiverem necessidade de alojamento temporário”, este poderá ser solicitado.

Ainda sobre os sem-abrigo, o IAS revelou que, até ao dia 30 de Junho de 2022, o Centro de Acolhimento para Desalojados, ou seja, a Casa Corcel da Caritas, registou a entrada de 28 pessoas. Além disso, a Casa Corcel através da prestação de serviços externos, “dá carinho e acompanha” cerca de 10 sem-abrigos, o que corresponde, aproximadamente, ao número de pessoas nesta condição registadas em 2021.

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