Confinamento geral | Autoridades rejeitam medida, para já, e mantêm política de testes 

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As autoridades afastam, por enquanto, a possibilidade de Macau entrar em confinamento total, numa altura em que se registam 1215 casos positivos, com 750 assintomáticos. A política de combinação de testes rápidos com testagem em massa mantém-se activa. Há mais dois hotéis disponíveis para quarentena

 

A ideia de o território poder entrar em confinamento geral começa a circular nas redes sociais e a ser defendida por vários analistas, mas as autoridades afastam, para já, essa possibilidade. “Esta informação que circula nas redes sociais é falsa, não temos nenhuma intenção ou decisão quanto ao confinamento. Os bens essenciais são suficientes e temos os supermercados com bastante stock. Em relação ao plano de gestão circunscrita, ainda estamos a ver a situação e iremos divulgar o plano no momento oportuno”, adiantou Leong Iek Hou, médica e coordenadora do Centro de Coordenação e de contingência do novo tipo de coronavírus.

No entanto, a mesma responsável frisou que “só depois da sexta ronda [de testes em massa] podemos saber qual a tendência da evolução deste surto”, tendo em conta as próximas medidas a adoptar.

Confrontada com as declarações do epidemiologista Manuel Carmo Gomes, publicadas no HM, de que a realização frequente de testes não resulta com a variante Ómicron, Leong Iek Hou assegurou que essa medida é para continuar.

“O nosso objectivo é atingir zero casos e pôr termo à cadeia de transmissão. Os testes em massa e rápidos são medidas bastante importantes para o alcançarmos. Todas as rondas de testes são importantes para nós. Entre a quarta e a quinta ronda vimos que o número das amostras mistas reduziu.”

De fora, está também a possibilidade de as quarentenas dos infectados serem realizadas em casa, como acontece na maioria dos países ocidentais. “Queremos alcançar o plano de transmissão zero e temos de terminar a cadeia de transmissão na nossa sociedade. A redução da cadeia é para melhor proteger grupos como os idosos. Este é o nosso princípio e mantém-se inalterado”, frisou a responsável.

Mais quartos

Entretanto, foram ontem também anunciadas mais duas unidades hoteleiras que vão passar a receber, a partir de hoje, pessoas para quarentena. Trata-se da ala leste do Grand Lisboa Palace, no Cotai, que irá providenciar 470 quartos, enquanto que a torre B1 do Grand Hyatt irá disponibilizar 300 quartos. De frisar, que hoje começa mais uma ronda de testes em massa, com fim marcado para as 18h de amanhã. As marcações podem começar a ser feitas às 7h de hoje, existindo 63 postos de testagem.

Relativamente ao alojamento das empregadas domésticas, foi pedido “um consenso” entre empregadores e trabalhadores. “O dormitório das trabalhadoras domésticas é pequeno e nele vivem muitos trabalhadores de diferentes sectores, tal como da área da limpeza ou segurança. Neste momento existe um risco de transmissão, e uma vez que as trabalhadoras domésticas tomam conta das crianças e idosos, constituem um elevado risco. Espero que os empregadores possam negociar e chegar a um consenso”, foi dito.

Quanto ao caso do hotel Grand Lisboa, selado em virtude de um surto de covid-19, permanecem 504 pessoas no interior, incluindo 260 trabalhadores, 200 trabalhadores do casino e 30 hóspedes. Estas pessoas, recebem das autoridades comida e bens essenciais, como se estivessem numa zona vermelha.

Tem leite materno?

Um jornalista questionou as autoridades sobre a ocorrência de casos em que as mães são impedidas de levar leite materno aos recém-nascidos que estão na neonatologia. As autoridades dizem que só proíbem quando há um elevado risco de transmissão do vírus. “Nunca impedimos as mães de darem o leite materno aos bebés se não houver um risco de contágio. Se houver, aí haverá uma separação entre a mãe e o bebé, que não pode ser vacinado.”

MTC “não é tão científica”

A medicina tradicional chinesa (MTC) faz parte do plano de tratamento adoptado pelas autoridades para os casos covid-19 assintomáticos ou com sintomas leves, mas ontem Leong Iek Hou admitiu que “a MTC não é uma forma de intervenção tão científica como a medicação ocidental”. No entanto, “se o paciente consentir, enviamos uma lista de mestres de MTC que, através de uma consulta online, administram chás e medicamentos. Temos um número de pessoas que tomam o chá e os medicamentos de MTC. A maior parte dos doentes toma medicamentos antivirais para atenuar a febre e tosse.”

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