Literatura | “Olhar a China pelos livros” apresentado em Lisboa 

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Jorge Tavares da Silva, académico e especialista em assuntos chineses, coordena a obra “Olhar a China pelos livros”, lançada recentemente no Centro Científico e Cultural de Macau. O livro contém textos de 18 autores que olham para a China a partir de livros escolhidos por si, disponibilizando ao leitor várias visões do país

 

“Olhar a China pelos livros” é o nome da mais recente obra coordenada por Jorge Tavares da Silva, professor universitário na área das relações internacionais e especialista em assuntos chineses que, desta vez, foi além do mundo académico para apresentar uma obra que traça a visão de 18 autores sobre a China.

Autores como Ana Cristina Alves, ex-docente na Universidade de Macau e coordenadora do serviço educativo do Centro Científico e Cultural de Macau (CCCM), Francisco José Leandro, académico da Universidade Cidade de Macau, António Graça de Abreu, autor e tradutor, e Miguel de Senna Fernandes, presidente da Associação dos Macaenses, entre outros, foram convidados a olhar para a China com base numa obra por si escolhida.

O livro, lançado recentemente no CCCM, em Lisboa, apresenta, por isso, várias “formas de olhar para a China”, contou Jorge Tavares da Silva ao HM. “Tudo isto partiu da minha curiosidade, pois a China pode ser vista de muitas maneiras, e até algumas erradas.”

Livros como “Riding the Iron Rooster”, de Paul Theroux, sobre viagens de comboio na China, ou “Terra Bendita”, de Pearl S. Buck, dão o mote a muitos dos textos desta obra.

“Dei a liberdade total na escolha das obras. Alguns livros são chineses, não estão sequer traduzidos para inglês ou português. Desta forma, o livro tem essa vantagem de dar a conhecer obras desconhecidas no ocidente”, contou Jorge Tavares da Silva.

Das viagens à literatura

“Olhar a China pelos livros” traz diversos temas, e não falta sequer a gastronomia macaense. “Há obras que foram no sentido das viagens, enquanto que outros autores olharam para a China através da poesia clássica. Há quem tenha ido aos autores tradicionais, às grandes obras da filosofia chinesa.”

“Terra Bendita”, de Pearl S. Buck, foi a escolha de Jorge Tavares da Silva, apresentando uma visão do mundo rural chinês que já não existe. “ A Pearl S. Buck foi a autora que me levou para a China. Estava habituado a um mundo eurocêntrico, muito centrado no indivíduo, mas deparei-me com lógicas colectivas e formas de estar na sociedade completamente distintas. Foi esse contraste que me atraiu, o pensar que há um mundo além do europeu, com uma civilização que tem um mundo antagónico”, recordou o coordenador da obra.

Acima de tudo, Jorge Tavares da Silva espera atrair um público vasto, incluindo estudantes chineses de português, para que possam compreender mais sobre o seu próprio país. “Esta é uma obra para o público em geral, não é académica, e tem uma leitura muito descontraída. Esta obra vai ter algum impacto no sentido de leitura e interesse”, rematou.

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