Internet | Deputado alerta para “armadilhas” de influencers e pede fiscalização

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Ma Io Fong está preocupado com os menores que são levados a gastar dinheiro em jogos online e transmissões em troca de upgrades ou de “um sorriso de um influencer”. Para o deputado, o Governo deve ponderar alterações legislativas que permitam maior fiscalização e apostar na sensibilização e formação dos encarregados de educação

 

O deputado Ma Io Fong considera que o Governo deve tomar medidas para fiscalizar o acesso de menores a jogos online que envolvam o pagamento de montantes em troca de recompensas e sensibilizar os encarregados de educação para a “obscuridade” da prática. Segundo o deputado, a massiva utilização dos smartphones com acesso à internet e a influência de celebridades em diversas plataformas online, tem contribuído para levar menores a despender avultadas quantidades de dinheiro.

“Diversos jogos alegam ser grátis, mas, geralmente, têm itens àenda, atraindo os jogadores a injectar dinheiro no jogo. Mais, com o desenvolvimento do entretenimento no mundo da internet, surgiram as gorjetas para as celebridades ou influencers”, começa por explicar através de uma interpelação escrita.

“Esta variedade de produtos, a publicidade e a influência das celebridades constituem um grande atractivo para os menores, enquanto grupo que não tem ainda conceitos amadurecidos sobre o dinheiro e a sua gestão. Assim, muitas vezes pagam fortunas só para comprar uma coisa ou conseguir um sorriso duma qualquer celebridade ou influencer. Com a generalização dos telemóveis inteligentes, este fenómeno passou a ser um problema social”, acrescentou.

Ma Io Fong classifica ainda como “armadilhas psicológicas” os sorteios de recompensas incluídos nos jogos online, que, de acordo com deputado, levam os menores a gastar dinheiro, acreditando que estão “quase a conseguir alcançar uma determinada meta”. Além disso, citando um estudo realizado em 2017 por uma instituição de aconselhamento sobre o vício do jogo, o deputado aponta que 62 por cento dos inquiridos efectuou pagamentos envolvendo, na sua maioria, montantes entre 1.001 e 5.000 patacas.

Obscurantismo digital

Neste contexto e lembrando que muitos países, incluindo a China, têm tomado medidas para “reprimir” empresas que desenvolvem jogos ou plataformas de transmissão em directo, como o Twitch, quanto à prática de incluir menores no seu público alvo, Ma Io Fong defende que o Governo de Macau deve também ponderar alterações legislativas nesse sentido.

Além disso, tendo em conta que os servidores dos respectivos jogos e plataformas se encontram instalados na China, o deputado pede mesmo ao Executivo para dialogar com os serviços competentes do Interior para “prevenir, através das políticas e legislação” os menores de participar nestas actividades.

“O Interior da China já recorreu à políticas e legislação para restringir os actos de injecção de dinheiro nos jogos virtuais e de pagamento de gorjetas na internet por parte dos menores e até criou mecanismos para a devolução das quantias pagas”, começou por indicar.

“O acto de injectar dinheiro pode até envolver o elemento jogo, assim, as autoridades devem rever a legislação vigente, estudando a viabilidade de fiscalizar as actividades de sorteio nos jogos virtuais. Já o fizeram?”, questionou.

Por último, perante a “obscuridade subjacente à (…) práticas de injectar dinheiro e de pagar gorjetas”, Ma Io Fong defendeu ainda o reforço da sensibilização e educação destinados a encarregados de educação. O objectivo passa por “aumentar os conhecimentos dos pais sobre o desenvolvimento da Internet e (…) o bom aproveitamento das funções de filtragem, ajudando-os a reforçar a guarda das contas destinadas ao pagamento electrónico”.

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