Covid-19 | Xangai reduz restrições e permite que alguns moradores saiam de casa

Alguns moradores de Xangai foram hoje autorizados a sair de casa, à medida que a ‘capital’ financeira da China levanta algumas das medidas de bloqueio impostas devido a um surto de covid-19, que motivaram reclamações sobre a falta de bens essenciais.

O governo local disse que alguns mercados e farmácias também reabriram, mas não detalhou quantas pessoas foram autorizadas a sair.

Uma local confirmou à Lusa ter sido hoje autorizada a sair de casa, após várias semanas em confinamento. “Pude sair para fazer compras. Sinto-me muito melhor”, explicou.

A China continua a reagir a surtos de covid-19 com medidas rigorosas, no âmbito da estratégia de ‘zero casos’, apesar dos crescentes custos económicos e sociais.

Estas medidas incluem o isolamento de todos os infetados em instalações designadas e o bloqueio de cidades inteiras, incluindo o encerramento de supermercados.

O encerramento abrupto dos serviços em Xangai e as ordens para ficarem em casa levaram a população a reclamar, face à falta de acesso a alimentos e remédios.

Contudo, as autoridades de Xangai disseram que estão a garantir suprimentos diários para os moradores, na sequência de reclamações sobre entregas de alimentos e outras necessidades.

Tal como determinado pelo Governo, as pessoas que testaram positivo à covid-19 foram levadas para instalações temporárias de quarentena, mesmo os casos assintomáticos.

Entretanto, o Governo aliviou as restrições ao anunciar que moradores de bairros que não registam casos há, pelo menos, duas semanas vão ser autorizados a sair das suas casas a partir de hoje.

Estes moradores poderão deslocar-se para qualquer outra área que não tenha registado casos novos durante o mesmo período. Pessoas em áreas sem novos casos na semana passada também podem sair, mas não podem deixar os seus bairros. Estão impedidos de sair de casa todos os moradores que estejam em “áreas de quarentena”, que tiveram infeções na semana passada.

Em comunicado hoje divulgado, o consulado geral de Portugal em Xangai recomendou aos cidadãos portugueses ali radicados que procurem assistência consular, caso se deparem com dificuldades.

O surto e as dificuldades enfrentadas pelos residentes de Xangai constituem um embaraço para o Partido Comunista Chinês, num ano politicamente sensível, quando o Presidente da China, Xi Jinping, deve tentar romper com a tradição política das últimas décadas e iniciar um terceiro mandato de cinco anos.

Xangai, a cidade mais populosa da China, com 25 milhões de habitantes, registou cerca de 200.000 casos desde o início de março. Nas últimas 24 horas, registou mais de 23 mil novos casos.

As autoridades disseram que não houve mortes, até à data, e que apenas um paciente desenvolveu sintomas graves.

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