China / ÁsiaCandidatos à presidência das Filipinas abrem campanha, mas sem apertos de mão Hoje Macau - 8 Fev 20228 Fev 2022 A campanha para as presidenciais nas Filipinas arrancou hoje, com os candidatos, incluindo a atual vice-Presidente e o filho de um antigo ditador, a prometerem reduzir desigualdades, agravadas pela pandemia de covid-19. A campanha oficial, que se prolonga por três meses, começou sob restrições anticovid-19, incluindo a proibição de apertos de mão, beijos, abraços e grandes multidões, tradicionais nas eleições no arquipélago. Devido às restrições, as redes sociais tornaram-se um importante campo de batalha para as eleições de 09 de maio, que irão eleger, de forma separada, o Presidente, o vice-Presidente e metade dos 24 assentos no Senado das Filipinas. Em 25 de março começam, sob forte vigilância policial, as campanhas para as eleições de governadores das províncias, presidentes dos municípios e para os assentos na Câmara dos Deputados. Mais de 67 milhões de filipinos registaram-se para votar, incluindo quase 1,7 milhões que trabalham no estrangeiro. O elenco de candidatos eleitorais inclui o presidente do município de Manila, Isko Moreno, um ex-ator elogiado pela limpeza da capital, o senador Panfilo Lacson, um ex-chefe da polícia filipina conhecido pela luta contra o crime e a corrupção, e o senador Manny Pacquiao, ex-campeão mundial de boxe que prometeu prender os políticos corruptos e doar casas aos mais pobres. Ferdinand ‘Bongbong’ Marcos Júnior lidera as sondagens pré-eleitorais, com uma enorme vantagem em relação à atual vice-Presidente, Leni Robredo, o que tem alarmado os defensores dos direitos humanos e da democracia. Marcos Jr., que foi derrotado por Leni Robredo na corrida à vice-presidência de 2016, tem descrito como “mentiras” as atrocidades e corrupção vividas durante o regime do pai, um ditador derrubado em 1986 numa revolta popular apoiada pelo exército. Mais de três décadas depois da queda de Marcos, a família aproveitou a desilusão de muitos filipinos “com as contradições e deficiências inerentes à democracia de elites que substituiu a ditadura”, disse Richard Heydarian, um analista político radicado em Manila, acrescentando que “a propaganda pró-Marcos realmente invadiu a comunicação social”. Marcos Jr. juntou-se à líder do município de Davao, Sara Duterte, filha do Presidente cessante, Rodrigo Duterte, e candidata à vice-presidência, embora tenha jurado nunca apoiar o filho do antigo ditador. Ativistas de direitos humanos disseram que Rodrigo Duterte, de 76 anos, fará de tudo para garantir que o sucessor o proteja de eventuais ações judiciais devido a uma campanha de repressão antidroga, que causou a morte de mais de seis mil suspeitos. A Comissão Eleitoral está ainda a analisar uma série de petições que pedem a desqualificação de Marcos Jr., apresentadas sobretudo por ativistas de esquerda, com a maioria a referir uma condenação por evasão fiscal em 1995 e alegadas falsidades nos documentos de candidatura.