Toy Fest | Exposição de brinquedos artísticos arranca segunda-feira

Entre 29 de Novembro e 5 de Dezembro, a Travessa dos Trens, acolhe o “Macau Art Toy Festival 2021”, uma mostra que, além de obras de Taiwan, Hong Kong, China, Escócia e América Latina, inclui workshops e bancas de produtos. Para a curadoria, esta é uma forma de arte que utiliza o brinquedo enquanto meio para contar histórias e expressar sentimentos

 

Não são propriamente brinquedos, mas às vezes parecem. A partir da próxima segunda-feira e até 5 de Dezembro, o Nº6 da Travessa dos Trens, junto á Praça Ponte e Horta, vai acolher a 1ª edição do “Macau Art Toy Festival”, evento dedicado à exibição de cerca de 60 brinquedos artísticos da autoria de criadores locais, do Interior da China, Taiwan, Escócia e América Latina.

O conceito de brinquedo enquanto forma de arte, explica uma das curadoras do evento, Anny Chong, é algo que já existe há algum tempo, pelo menos desde que apareceram artistas como Michael Lau (Hong Kong), que no final dos anos 90 captaram a atenção do circuito comercial e, consequentemente, de uma crescente comunidade de interessados, nas suas criações e noutras que começaram a nascer a partir daí.

Aqui, explica Chong, ao contrário dos brinquedos típicos, é a vertente artística e a expressão criativa que está no centro da equação, já que o brinquedo em si, assume apenas a função de suporte.

“Esta é uma grande indústria que tem já uma vasta comunidade fora de Macau. Aqui, esta é uma área pouco conhecida, pois as pessoas focam-se essencialmente no brinquedo em si e não na vertente artística, mas é precisamente o contrário. Normalmente os coleccionadores e designers focam-se mais na vertente artística e o brinquedo, enquanto objecto, é encarado apenas como meio para expressar as suas histórias e criatividade”, começou por dizer ao HM.

Por isso, acrescentou Anny Chong, o evento tem como principal objectivo “mostrar às pessoas de Macau que os brinquedos artísticos não são brinquedos como as Barbies, que podemos comprar na Toys “R” Us”. “Queremos mostrar a toda a gente que estamos a falar de obras de arte”, rematou.

Ao longo dos setes dias em que decorre a iniciativa, além da exibição de cerca de 60 obras de artistas de Hong Kong, Taiwan, Escócia e países da América Latina como a Colômbia, Argentina e Venezuela, os interessados poderão ainda participar em workshops de criação de brinquedos artísticos entre os dias 4 e 5 de Dezembro ou visitar as bancas de venda de produtos que estarão disponíveis nesses mesmos dias.

Além disso, frisando que todas as peças expostas em Macau são originais, Cassidy Chan, explicou que será ainda possível participar numa visita guiada online ao espaço, numa das sessões agendadas para o dia 5 de Dezembro.

Para todos os gostos

Para Felipe Wong, também curador do “Macau Art Toy Festival”, a iniciativa tem a mais-valia de permitir aos visitantes “perceber os diferentes processos técnicos e criativos associados a este tipo de arte” e “assimilar histórias contadas por pessoas de contextos muito diferentes, através de brinquedos”.

“No nosso festival, os visitantes podem efectivamente conhecer os artistas que fizeram as obras que estão a ver, com as suas próprias mãos em vez de interagir com uma peça feita, muito provavelmente, por uma máquina”, começou por evidenciar.

“Os brinquedos artísticos são para admirar, observar cores e texturas, vivenciar história e experimentar o seu processo de criação até ao resultado final”, acrescentou.

Sobre o processo de selecção dos artistas e obras que podem ser vistas a partir de segunda-feira, Anny Chong vincou a ideia de relegar o aspecto comercial para segundo plano, trazendo à tona, sobretudo a “personalidade forte” dos artistas. “Procurámos, sobretudo, obras de arte que não pareçam demasiado comerciais (…), pois queríamos trazer a Macau obras de artistas e designers independentes. O nosso principal critério passou por mostrar a personalidade dos designers, independentemente do estilo, técnicas ou materiais utilizados”, partilhou a curadora.

Acerca do desenvolvimento do sector em Macau, Anny Chong não tem dúvida de que “as pessoas estão a começar a despertar para a existência dos brinquedos artísticos”, apesar de, muitas vezes, “não saberem exactamente do que se trata”. “Tem havido um crescimento sólido na procura por este tipo de trabalhos e peças”, rematou.

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