Federação portuguesa de motociclismo pretende aumentar laços com Macau

Manuel Marinheiro irá cumprir um terceiro e último mandato à frente da Federação de Motociclismo de Portugal no próximo quadriénio (2021-2025). O presidente da direcção do organismo que gere os destinos do motociclismo português quer manter os laços com a RAEM, apesar da presença de pilotos lusos na única prova de estrada do continente asiático ter diminuído nos últimos anos

 

Desde 1986, quando pela primeira vez pilotos vindos de Portugal participaram no Grande Prémio de Motos de Macau, que a prova do território se tornou um “ponto alto” no motociclismo português. Infelizmente, o fim das corridas de apoio de motas e os critérios mais apertados de selecção para a Grande Prémio de Motos impostos pela Associação Geral Automóvel de Macau-China (AAMC) tiveram um impacto na dimensão da comitiva portuguesa.

“A participação de pilotos portugueses no Grande Prémio de Macau dependeu sempre de convite da AAMC”, explicou Manuel Marinheiro ao HM. “Com a introdução nos últimos anos do critério de selecção dos pilotos baseado na experiência em corridas com estatuto e desafio semelhante ao Grande Prémio de Macau, nomeadamente o North West 200 (NW200), a Ilha de Man Tourist Trophy (OIM TT) e o Grande Prémio do Ulster (UGP), reduziu a presença portuguesa a um único piloto, o André Pires”.

Contudo, o advogado, de 55 anos, natural da Figueira da Foz, entende que “a ligação entre instituições deve respeitar, nomeadamente, a história e a tradição”. E são estas ligações que Manuel Marinheiro quer fortalecer, independentemente da dimensão da comitiva lusa que se desloque a futuras edições do evento. “Independentemente da participação de pilotos portugueses no Grande Prémio de Macau, pretendo incrementar as ligações entre as duas entidades – FMP e AAMC – que visam o mesmo propósito: fomentar a prática do motociclismo.”

Macau sem versão portuguesa

Quando há cerca de três anos, se falava que os organizadores do Circuito de Vila Real, no norte de Portugal, ponderavam voltar a acolher competições de motociclismo de gabarito internacional, André Pires disse ao HM que acreditava que se tal se concretizasse “ficaria mais fácil termos mais que um português a participar em Macau”.

Todavia, infelizmente para as pretensões de André Pires, e certamente de outros pilotos portugueses, as provas de estrada não voltarão a ser vistas em Portugal tão cedo.

“A nível nacional não prevemos a realização de competições Road Racing em circuitos citadinos pois a segurança dos pilotos e do público são factores cada vez mais exigentes e que tornam a realização deste tipo de competição cada vez mais remota, não sendo tradicional no panorama do motociclismo desportivo português”, esclareceu o presidente da FMP.

Fenómeno Miguel Oliveira

Depois de vários anos de quase esquecimento, o motociclismo de velocidade voltou a ser falado na comunicação social generalista em Portugal. Isto, apenas e só, graças à participação e aos resultados de vulto de Miguel Oliveira no MotoGP. “Os excelentes desempenhos do Miguel Oliveira aumentaram a exposição do motociclismo nos meios de comunicação social”, reconhece Manuel Marinheiro. “Como consequência directa desta exposição, associada à imagem discreta e profissional do Miguel Oliveira, verificámos o aparecimento de um ídolo que motiva os jovens para a prática do motociclismo, um exemplo a ser seguido, e também o aumento exponencial das audiências das transmissões do MotoGP.”

A federação lusa não quer perder o comboio e está já a capitalizar este fenómeno, tendo para isso criado iniciativas que permitam aos mais novos enveredarem pelo desporto ainda mais cedo. Os resultados estão à vista. “Há quatro anos a FMP criou novas classes de iniciação à velocidade e, com a Oliveira Cup, uma escola de motociclismo de velocidade, proporcionou a captação de novos valores e o aumento do número de jovens pilotos nas corridas do Campeonato Nacional de Velocidade”.

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