África do Sul | Residente pede ajuda para regressar à RAEM

Alexandre Torrão vive há 10 anos no país sul-africano e pretende regressar à RAEM. No entanto, está dependente da autorização do Governo, uma vez que a mulher e as filhas não são residentes

 

Um residente de Macau na África do Sul pediu ajuda ao Governo para poder regressar ao território acompanhado da mulher e de duas filhas, que não têm residência. A notícia foi avançada na sexta-feira à noite pelo Canal Macau, que entrevistou Alexandre Torrão.

“Estou na África do Sul com a família, a minha mulher e as minhas duas filhas. A situação aqui não está muito boa”, começou por explicar o residente. “Precisamos de ajuda para poder sair daqui e a ajuda é para nos permitir entrar em Macau. Tenho BIR, as minhas filhas são sul-africanas e portuguesas, têm dupla nacionalidade, e a minha mulher apenas tem a nacionalidade sul-africana. Por isso, temos de pedir autorização ao Governo de Macau, para nos permitir a entrada e ir para um lugar seguro”, acrescentou.

Nas últimas semanas, o ex-presidente Jacob Zuma foi detido por desrespeito ao tribunal. O ex-líder sul-africano recusou comparecer numa audiência do tribunal, em que ia ser ouvido devido a acusações de corrupção.

Contudo, a prisão daquele que é um dos mais populares presidentes da ex-colónia britânica levou a vários tumultos. Como consequência destas acções, que envolveram pilhagens marcadas pela violência, já morreram mais de 200 pessoas.

“Já estou farto da África do Sul, para mim, para a minha família é a altura de sair daqui. E precisamos toda a ajudar que conseguirmos do nosso Governo de Macau. Se puderem, ajudem-nos a regressar a casa”, disse igualmente sobre a situação.

Devido à situação da covid-19, Macau implementou medidas que impedem os estrangeiros não-residentes de entrar na RAEM, mesmo nos casos em que são detentores de licença de trabalho, o conhecido Blue Card. Porém, há excepções por “motivos familiares”.

Como sobreviver?

Sobre o impacto dos tumultos, Alexandre Torrão reconheceu que a zona de Joanesburgo onde vive não é das mais afectadas. Contudo, aponta que é impossível fazer uma vida normal devido às pilhagens e à destruição das cadeias de abastecimento de alimentos. “Vemos o exército nas zonas mais críticas. Não estamos numa zona crítica, mas também afecta o nosso negócio de forma maciça”, relatou. “Não acredito que nenhum dos negócios nesta altura consiga gerar algum lucro, porque não há poder de compra. Não há pessoas para servir porque estão a sofrer. É muito triste para todos nós. Está a afectar os meus rendimentos e a nossa segurança”, considerou.
Alexandre Torrão vive há mais de 10 anos na África do Sul, e está envolvido em negócios de restauração e catering.

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