PCC 100 anos | Xi Jinping apela à adesão ao marxismo

O Presidente chinês, Xi Jinping, distribuiu ontem medalhas pelos membros leais do Partido Comunista (PCC), que celebra o centésimo aniversário, e apelou à adesão ao marxismo e ao movimento pelo “rejuvenescimento da nação chinesa”. Xi, que na segunda-feira presidiu a uma celebração no Estádio Olímpico de Pequim, enfatizou a ascensão da China à segunda maior economia do mundo, após as reformas promulgadas há mais de 40 anos.

“Todos os camaradas do Partido devem ter fé no marxismo e no socialismo com características chinesas”, afirmou Xi, no seu discurso. O líder chinês disse que os membros do Partido devem liderar o movimento pelo “grande rejuvenescimento” da China, uma referência à sua agenda que visa retomar o papel secular da China como potência regional e internacional a nível cultural, económico e militar. “Na nova marcha para uma nação socialista moderna, totalmente estabelecida, continuaremos a avançar em direção às metas do segundo século”, disse Xi.

As celebrações terminam com uma comemoração, na quinta-feira, na Praça Tiananmen, em Pequim. O Partido Comunista da China possui quase 92 milhões de membros, pouco mais de 6% da população chinesa, de 1,4 mil milhões de pessoas.

A grande maioria dos funcionários do Governo e líderes da indústria estatal são membros do partido, fornecendo o que a liderança considera uma fonte de coesão social, em contraste com as divisões partidárias nos EUA e em outros países.

O desenvolvimento económico ou o sucesso na luta contra a pandemia de covid-19 aumentaram a confiança dos líderes e funcionários chineses, que passaram a promover abertamente o seu modelo de governação como alternativa viável à democracia ao estilo ocidental.

Crescer, crescer, crescer sempre

Entretanto, o Banco Mundial elevou ontem a previsão de crescimento da economia chinesa este ano, de 8,1% para 8,5% e disse que uma recuperação total requer progresso na vacinação contra o novo coronavírus.

O relatório constitui outro sinal positivo para a segunda maior economia do mundo e a primeira grande economia a recuperar da pandemia da covid-19.

A actividade nas fábricas e o consumo interno voltaram a fixar-se acima dos níveis anteriores à pandemia da covid-19, embora as autoridades chinesas tenham voltado a restringir viagens em algumas áreas, para conter pequenos surtos de novas variantes do vírus.

O crescimento económico deve cair para 5,4%, no próximo ano, à medida que a recuperação da histórica recessão global do ano passado abranda e a atividade económica regressa ao normal, disse o Banco Mundial.

Em Abril, o Banco Mundial referiu que a China e o Vietname foram as únicas economias do Leste Asiático a alcançar uma recuperação “em forma de V”, em 2020, com resultados acima dos níveis pré-pandemia.

A China está a caminho de vacinar 40% da população, até ao início do verão, mas “uma recuperação completa também exigirá progresso contínuo para alcançar uma imunização generalizada”, disse o Banco Mundial.

O doce cheiro do sucesso

A New China Research (NCR), think tank da Agência de Notícias Xinhua, divulgou nesta segunda-feira um relatório de pesquisa sobre o compromisso político do Partido Comunista da China (PCC) antes do centenário do Partido. Intitulado “Povo em Primeiro Lugar: Compromisso Político do Centenário Partido Comunista da China”, o relatório examina o desenvolvimento do PCC de um partido de mais de 50 membros para o maior partido político do mundo, com mais de 91 milhões de membros.

Segundo o NCR, “quando as teorias académicas ocidentais não podem explicar o sucesso do PCC, novos paradigmas de pesquisa devem ser estabelecidos para procurar respostas das próprias teorias e práticas do Partido”.

Assim, ao longo de três capítulos, o relatório explica que “o PCC desfruta do apoio sincero da maioria mais ampla possível do povo, o que não mudou com o passar do tempo”, “deixou claro o seu compromisso com a sua missão fundadora”, “construiu uma relação de confiança entre o Partido e o povo” e “formou um sistema de supervisão eficaz”.

O relatório afirma que o segredo para o sucesso do PCC em tornar a China cada vez mais próspera e forte “pode fornecer a outros países uma referência útil para a construção partidária e a governação do Estado”, isto apesar de salientar que o PCC não procura exportar o modelo da China nem pede a outros países que sigam os seus passos”.

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