China / ÁsiaChina acusa senadores norte-americanos de mentirem sobre Xinjiang Hoje Macau - 28 Out 2020 [dropcap]A[/dropcap] China acusou hoje um grupo de senadores norte-americanos de mentirem, após estes terem proposto declarar Pequim culpada do “genocídio” de muçulmanos na região de Xinjiang, no extremo noroeste do país. A resolução dos senadores acusa Pequim de repressão contra os chineses das minorias étnicas muçulmanas uigur e cazaque e culpa Pequim de levar a cabo um “genocídio”. A China sofreu, nos últimos anos, vários ataques à bomba e esfaqueamentos atribuídos a separatistas e extremistas uigures, que resultaram na morte de dezenas de civis. Uma vasta região semidesértica, onde os uigures representam quase metade da população, Xinjiang foi convertido num Estado policial, em nome da luta contra o terrorismo. Mais de um milhão de pessoas foram internadas em campos de doutrinação, segundo organizações de defesa dos Direitos Humanos. A China afirma que estes campos são “centros de treino vocacional”, destinados a ajudar os uigures a encontrar empregos e afastá-los do extremismo religioso. “Esses senadores norte-americanos estão empenhados em fabricar todos os tipos de mentiras para desacreditar a China e obter benefícios políticos”, disse Wang Wenbin, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, em conferência de imprensa. “Entre 2010 e 2018, a população uigur de Xinjiang aumentou de 10,17 milhões para 12,72 milhões (…) Em que se baseiam essas acusações de um alegado genocídio”, questionou. Wang culpou antes os Estados Unidos pela “assimilação e massacre em grande escala” dos nativos americanos. “Isso não é um genocídio”, questionou o porta-voz. A resolução foi apresentada por senadores eleitos de ambos os partidos, Republicano e Democrata. A ONU define genocídio como um crime cometido “com a intenção de destruir, na totalidade ou parcialmente, um grupo nacional, étnico, racial ou religioso”, em particular através de medidas “destinadas a prevenir nascimentos dentro do grupo”. A China é acusada por um estudo publicado pelo instituto de pesquisa norte-americano Jamestown Foundation de “esterilizações forçadas” em Xinjiang.