Construção civil | Chinesa CCCC compra 30 por cento da Mota-Engil 

A construtora portuguesa Mota-Engil anunciou ontem a venda de 30 por cento do grupo a um “novo parceiro”, que a imprensa portuguesa diz tratar-se da empresa pública chinesa CCCC. O negócio estava a ser preparado desde Dezembro e levou à valorização da companhia

 

[dropcap]É[/dropcap] mais uma entrada de capital chinês na economia portuguesa. O grupo Mota-Engil, ligado ao sector da construção civil, anunciou ontem a venda de 30 por cento das acções a um “novo parceiro” de renome mundial, que os jornais portugueses Observador e Jornal de Negócios confirmaram tratar-se da CCCC, empresa pública chinesa.

O negócio estaria a ser discutido e ultimado desde Dezembro, conforme noticiou a agência Bloomberg. O Observador escreve que o acordo valoriza a Mota-Engil a um preço muito acima do actual valor da empresa no mercado. A avaliação base aponta para 750 milhões de euros, estando previsto “um acordo de parceria e investimento com o grupo português para desenvolver um conjunto de oportunidades comerciais”. Por sua vez, a CCCC compromete-se a subscrever uma participação “relevante” num aumento de capital até 100 milhões de novas acções.

Com este acordo, a Mota-Engil participações, que actualmente é o maior accionista do grupo, passa a deter apenas 40 por cento da estrutura accionista. Num comunicado citado pelo Observador, a Mota-Engil diz que a manutenção dos 40 por cento sinalizam o “total empenho e alinhamento com a sua posição histórica no grupo, apesar de representar a perda da maioria do capital”. Cotada em bolsa, a Mota-Engil viu ontem as suas acções valorizarem mais de 12 por cento.

Infra-estruturas em crise

A entrada da CCCC na estrutura accionista da Mota-Engil surge numa altura em que o sector das infra-estruturas em Portugal atravessa uma crise, culminando em vários negócios. Foi o caso da Ascendi, concessionária de auto-estradas, que foi alienada aos franceses da Ardian. Por sua vez, as operações portuárias, que incluem a Liscont, foram vendidas à Yilport, da Turquia. Também o grupo José de Mello vendeu a Brisa, a maior concessionária de autoestradas do país, a vários fundos internacionais.

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