GIC Challenge | Rui Valente obtém vitória em Guangdong

Depois de vários contratempos e atrasos, fruto das restrições causadas pela pandemia global da COVID-19, Rui Valente foi o primeiro piloto de matriz portuguesa de Macau a dar início à sua temporada desportiva, e logo com um triunfo na prova de abertura do “GIC Challenge” no passado fim-de-semana no Circuito Internacional de Guangdong

 

[dropcap]U[/dropcap]sando a sua experiência de mais de três décadas de automobilismo, o piloto português da RAEM há mais tempo no activo, levou o seu “velhinho” Honda Integra DC5 a uma vitória incontestável numa corrida, que teve uma hora de duração, na sinuosa pista dos arredores da cidade chinesa de Zhaoqing.

“Estou muito satisfeito com esta vitória, mas não foi uma corrida fácil, pois teve início às 14h40 e foi disputada sob intenso calor”, explicou Rui Valente ao HM, lembrando que não só o piloto, mas também as mecânicas das viaturas sofrem com a elevada humidade e calor que se fazem sentir nesta altura do ano na região do Delta do Rio das Pérolas.

A regulamentação da prova não obriga a reabastecimentos, pois o depósito de gasolina destes carros consegue armazenar gasolina para uma hora seguida de competição. Contudo, as regras ditam que qualquer equipa que inscreva dois pilotos no mesmo carro, terá que efectuar uma paragem após meia hora de corrida. Como Rui Valente correu “a solo”, viu-se obrigado a entrar nas boxes por duas ocasiões, passando no “pitlane” a 60km/h, mas sem a necessidade de imobilizar a viatura. Este contra-tempo de visitar as boxes por duas ocasiões não desmoralizou o “nosso” piloto, que soube como superar as suas limitações e suplantar uma concorrência melhor apetrechada.

Estratégia perfeita

Numa corrida de “endurance”, em que há a necessidade de uma ida às boxes, a rapidez em pista só por si não é garantia de um bom resultado no final. A estratégia do piloto do Honda, um carro que ainda está nas especificações Grupo N (N2000), resultou em pleno, visto que os dois principais candidatos ao triunfo acabaram por ser surpreendidos pela táctica do veterano piloto do território.

“Arranquei de terceiro lugar na grelha de partida e envolvi-me na luta pelo primeiro lugar nas primeiras três voltas, mas depois fiz a minha primeira passagem pelas boxes, deixando-os a disputar a liderança”, contou Rui Valente. “Quando saí, dei mais quatro voltas, passei alguns concorrentes mais lentos e fiz uma nova passagem. Depois, daí em diante, foi sempre a abrir até à bandeira de xadrez”.

O favorito à vitória nesta corrida era um BMW 320si (ex-WTCC), que tinha sido o carro claramente mais rápido na qualificação, no entanto, o piloto perdeu muito tempo em batalhas por posições, caindo na classificação da corrida. “Tenho a segunda corrida do GIC Challenge a 15 de Agosto, e com certeza que os meus adversários vão fazer tudo para me superar, portanto vou ter que me defender. Vou tentar evoluir o velho Honda e torná-lo mais rápido nas rectas, com maior velocidade de ponta”, afirma o piloto que chegou a ser o único representante português na Corrida Guia nos anos 1990s e que nas corridas dos campeonatos de Macau corre actualmente com um MINI Cooper S.

Com este triunfo, Rui Valente foi o primeiro piloto não-chinês a vencer uma corrida de automobilismo na República Popular da China em 2020.

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