Governo faz aposta no regresso de ‘talentos’ para competir com regiões vizinhas

[dropcap]M[/dropcap]acau quer reforçar as políticas para garantir o regresso de quadros qualificados para competir com os incentivos de regiões vizinhas, como é o caso da zona económica especial de Qianhai, na cidade chinesa de Shenzhen.

Os membros do Grupo Especializado do Incentivo ao Regresso de Talentos a Macau defenderam que as futuras políticas “deverão ser elaboradas (…), tendo como referência (…) os recursos investidos pelas regiões vizinhas na procura, com competitividade, de quadros qualificados, com vista a torná-las mais atractivas”, pode ler-se num comunicado das autoridades ontem divulgado.

Recorde-se que, a título de exemplo, a imprensa chinesa avançou no final de Agosto que a zona económica especial de Qianhai aprovou um fundo de 150 milhões de yuan para atrair licenciados das cidades vizinhas de Macau e Hong Kong. O fundo abrange subsídios de transporte, residência ou isenção de impostos.

Durante a segunda reunião do grupo de trabalho em 2019, alguns dos membros defenderam também a necessidade de se conceber “uma proposta viável para o aumento da proporção de docentes locais nas instituições do ensino superior”.

Por outro lado, o grupo entende que se deve proceder “ao reforço dos vários meios de contacto com os quadros qualificados no exterior, tais como, organização de visitas de delegações a zonas em que se concentram residentes de Macau (…) para se criar um intercâmbio mais directo e de proximidade com os mesmos”, de acordo com a mesma nota.

Importa recordar que a concessão de incentivos para estimular o regresso de quadros qualificados a Macau é uma aposta expressa por sucessivos governos do território.

A promoção de intercâmbios profissionais com os serviços públicos e as entidades públicas e acções de partilhar experiências com os jovens de Macau são algumas das iniciativas destacadas pelas autoridades.

Acção directa

Em 2017 ficou concluído o “Estudo do Plano de Acção de Incentivo ao Regresso de Talentos a Macau”, que fundamentou a concretização, “de forma contínua, do “Plano de Acção para a Visita a Macau dos Talentos no Exterior”, o desenvolvimento e lançamento da “Plataforma de informações sobre o regresso de pessoas de Macau”, a produção de folhetos informativos e o seu envio, juntamente com os cheques da comparticipação pecuniária, apelando aos residentes de Macau no exterior para que efectuem o seu registo”.

Finalmente, as autoridades lançaram, em conjunto com o Fundo do Ensino Superior, o “Programa do prémio para pessoal docente, investigador e administrativo que regressa a Macau para trabalhar num curto prazo”.

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