Bolsa de Xangai | Emissão de títulos de alta tecnologia estreia a subir 520%

O novo mercado para emissão de títulos de tecnológicas chinesas abriu ontem, em Xangai, a subir até 520 por cento, na sessão de estreia, com os investidores animados para comprar acções das primeiras 25 empresas listadas

 

[dropcap]I[/dropcap]nspirado no norte-americano NASDAQ, o STAR Market reflecte o desejo do Partido Comunista Chinês de canalizar capital privado para os seus planos de desenvolvimento, dando aos pequenos investidores chineses uma oportunidade de comprar títulos em indústrias de tecnologia que até agora se voltaram para Wall Street.

No arranque da sessão, as primeiras acções subiram até 520 por cento, face à cotação nas ofertas públicas iniciais.

Mais de 140 empresas de tecnologia e ciência em toda a China inscreveram-se para negociar as suas acções no novo mercado, que é administrado pela Bolsa de Valores de Xangai, a principal praça financeira do continente chinês.

As 25 empresas que começaram ontem a negociar já arrecadaram 37 mil milhões de yuan.
O novo mercado é o único na China com incentivos para empresas de tecnologia, incluindo acções de duas classes, o que garante aos fundadores que mantêm controlo sobre as empresas.

O novo índice é também o único na China continental que permite vendas curtas (“short selling”), prática que pretende tirar partido da queda do valor das acções: os investidores pedem acções emprestadas para as vender no mercado e, posteriormente, adquiri-las a um preço mais baixo.

O valor das acções no novo mercado pode oscilar até 30 por cento, antes de os reguladores imporem uma suspensão de 10 minutos. Nas principais praças financeiras chinesas, os títulos deixam de ser negociados durante o resto da sessão, caso subam ou desçam 10 por cento.

Capital e social

Empresas como a fabricante de módulos de células solares Anji e a fabricante de chips Montage Technology subiram até 520 por cento e 285 por cento, respectivamente, beneficiando da ausência de limites na oscilação dos preços, durante os primeiros cinco dias de negociação.

Durante a sessão da manhã, seis das 25 acções subiram mais de 200 por cento e todas as acções avançaram mais de 100 por cento.

A Star exige que as empresas listadas aloquem pelo menos metade das suas acções listadas para fundos mútuos, previdenciários ou de seguro, e limitam a negociação a investidores com um saldo de pelo menos 500.000 de yuan e dois anos de experiência a negociar em bolsa.

As bolsas de valores da China, em Xangai e Shenzhen, foram criadas no início dos anos 90 para arrecadar dinheiro para a indústria estatal, e passaram mais tarde a incluir empresas privadas, mas continuam a ser dominadas por empresas sob tutela do Governo, como a PetroChina Ltd. e a China Mobile Ltd.

Privadas como os gigantes do comércio electrónico Alibaba e JD.com, ou o motor de busca Baidu, emitiram milhares de milhões de dólares em títulos em Wall Street, numa operação inconveniente e cara para empresas mais pequenas.

As empresas que ainda não registaram lucros podem negociar no novo mercado se gastarem pelo menos 15 por cento das suas receitas em pesquisa e desenvolvimento ou se tiverem drogas ou outras tecnologias num estágio avançado de desenvolvimento.

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