Automobilismo | FIA vai mexer na Curva do Lisboa

De forma a acomodar a Taça do Mundo FIA de Fórmula 3 com carros de última geração, o Circuito da Guia terá de sofrer alterações, especialmente focado na segurança

 

[dropcap]N[/dropcap]a conferência de imprensa do passado mês de Maio, a Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau tinha deixado perceptível que a Taça do Mundo FIA de Fórmula 3 da 66ª edição do Grande Prémio de Macau iria ser realizada com a última geração de monolugares da disciplina. Contudo, apenas na semana passada a Federação Internacional do Automóvel (FIA) confirmou oficialmente que serão os novos carros do Campeonato FIA de Fórmula 3 a dar corpo do Grande Prémio de Macau de Fórmula 3, realçando com especial ênfase o factor segurança.

Também construído pela Dallara e incorporando os últimos elementos de segurança da FIA, incluindo o “halo” e os painéis anti-intrusão, o novo carro de Fórmula 3 é maior e mais potente que o antecessor. Apesar do receio quase generalizado quanto às velocidades que este carro será capaz de atingir, a introdução deste monolugar no Circuito da Guia permite a Macau conservar a Taça do Mundo da disciplina pelo quarto ano consecutivo.

Para o Presidente da Comissão de Monolugares da FIA, Stefano Domenicali, a Taça do Mundo FIA de Fórmula 3 é “um dos testes máximos para os jovens pilotos e nós trabalhámos no duro para assegurar que se mantém entre os eventos mais prestigiados do calendário do automobilismo”. O ex-director desportivo da Scuderia Ferrari na Fórmula 1 e actualmente CEO da Lamborghini está a desfrutar da temporada “super-competitiva” e “combativa” do Campeonato FIA de Fórmula 3 e admite que “a perspectiva de ver esta grelha em Macau é muito entusiasmante”.

Domenicali destacou o facto desta nova geração de Fórmula 3 “ser mais potente que as iterações anteriores” e apresentar as “últimas soluções de segurança” para monolugares. O italiano que está responsável pelas categorias de fórmulas a abaixo da Fórmula 1 confessa “que juntando isto com as mudanças que serão feitas no Circuito da Guia este ano, aguardo uma Taça do Mundo FIA de Fórmula 3 segura e espectacular.”

O Circuito da Guia possuía até ao ano passado homologação Grau 3 da FIA, sendo que para acolher estes novos carros a FIA requer a passagem a Grau 2. Para tal, algumas alterações, especialmente focadas na segurança, terão que ser embutidas no traçado arquitectado em 1954.

FIA parca em palavras

Depois do monstruoso acidente de Sophia Flörsch o ano passado, a curva do Hotel Lisboa irá com certeza merecer uma especial atenção por parte dos delegados da segurança da federação internacional.

No comunicado emanado pela FIA, o órgão máximo que rege o desporto automóvel é parco nas palavras sobre que modificações serão implementadas no traçado de 6.2 quilómetros, apenas referindo que “a segurança se mantém a principal prioridade para a FIA, com várias actualizações a serem realizados antes da edição de 2019, incluindo um novo perfil das barreiras da curva do Lisboa.”

Diversas fontes ouvidas pelo HM acreditam que a escapatória da Curva do Lisboa poderá ser alvo de alterações e que a polémica “salsicha” azul, colocada no interior da curva e que serviu de lançamento ao carro da alemã Sophia Flörsch, poderá ser removida. A Comissão Organizadora despende anualmente bastante energia e recursos na segurança do circuito, sendo expectável que haja outras novidades nesta área para o evento de Novembro.

Entretanto, está confirmado que a grelha de partida da corrida de Fórmula 3 vai ser composta novamente por 30 carros, mais dois que nas pretéritas edições, o que permitirá a todas as equipas do Campeonato FIA de Fórmula 3 visitarem a RAEM em Novembro.

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