Economia | Retracção de 3,2% no primeiro trimestre do ano

Segundo a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos, a razão para a desaceleração económica prende-se principalmente com a diminuição da procura interna e externa

 

[dropcap]O[/dropcap]s primeiros três meses de 2019 foram de contracção económica, em termos reais, na ordem dos 3,2 por cento, de acordo com dados divulgados pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). O resultado negativo pôs fim à trajectória de 10 meses de crescimento contínuo.

O Governo comenta a contracção como consequência da desaceleração económica que se intensificou, “principalmente devido ao enfraquecimento da procura global, reflectindo-se na insuficiente dinâmica de crescimento”.

Assim sendo, a procura externa abrandou significativamente, com as exportações de serviços a diminuir 0,3 por cento, as exportações de serviços de jogo a caírem 0,6 por cento, enquanto a exportação de bens diminuiu 1,8 por cento. Estes resultados são o reflexo do abrandamento das despesas dos visitantes, apesar do aumento acentuado de entradas em Macau.

Também a procura interna recuou em termos anuais 9,4 por cento “arrastado essencialmente pela acentuada queda do investimento em activos fixos”.

A despesa de consumo privado registou uma subida de 2,1 por cento. As despesas de consumo final das famílias, realizadas no mercado local e no exterior, subiram 1,3 e 7,9 por cento, respectivamente.

A despesa de consumo final do Executivo manteve-se em ascensão, crescendo 4,1 por cento, acima dos 3,4 por cento do trimestre anterior. Salientam-se os acréscimos de 2,4 por cento na remuneração dos empregados e de 7,0 por cento nas compras líquidas de bens e serviços, algo que as autoridades entendem como compensação para parte do “declínio verificado na desaceleração económica”.

As importações de bens aumentaram 2 por cento, porém, as importações de serviços baixaram 20,9 por cento.

Com cuidado

Apesar da situação favorável no mercado do emprego e do aumento do rendimento do emprego, a despesa de consumo privado tornou-se mais cautelosa, dada a incerteza da perspectiva económica.

As obras de construção diminuíram, alargando-se o decréscimo do investimento em activos fixos. No primeiro trimestre de 2019, a formação bruta de capital fixo registou um recuo anual de 31,7 por cento, arrastado principalmente pela contracção anual de 37,5 por cento no investimento em construção.

Quanto ao investimento público, finda a construção da Zona de Administração de Macau na Ilha Fronteiriça Artificial da Ponte HKZM, caiu substancialmente 82,3 por cento o investimento em obras públicas.

Por seu turno, o investimento privado não apresentou sinais de melhoria, baixando anualmente 15 por cento, realçando-se a descida de 20,4 por cento no investimento em construção, quer devido à conclusão sucessiva das obras dos grandes empreendimentos, quer em consequência do reduzido número de projectos iniciados recentemente.

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