CCAC | IPIM analisou 800 pedidos de BIR e pondera mudanças

Depois do relatório do CCAC que pôs a nu as irregularidades do processo de fixação de residência pela via do investimento, o Instituto de Promoção do Comércio e Investimento de Macau passou em revista 800 processos

 

[dropcap]I[/dropcap]rene Lau, presidente substituta do Instituto de Promoção do Comércio e Investimento de Macau (IPIM), afirmou na sexta-feira que foram analisados 800 pedidos de fixação de residência por investimento feitos junto do organismo.

“Fizemos o trabalho de pesquisa e já analisámos cerca de 800 processos sobre pedidos de residência. Também verificámos os casos de investimento. Se detectarmos alguma situação entramos em contacto com o departamento responsável para estudar esses casos. É esse o procedimento”, apontou.

Sem avançar datas para a conclusão do processo, Irene Lau indicou também que estão a ser feitas mudanças na forma como são analisados estes pedidos. “Em breve deverá ser publicado o sistema de pontuação, os padrões de cálculo, [para apreciar os pedidos de autorização de residência]”, acrescentou”.

Em Novembro, Irene Lau prometeu, no hemiciclo, que o IPIM ia criar um grupo interdepartamental para dar resposta às falhas apontadas no relatório do Comissariado contra a Corrupção (CCAC), que deu conta da existência de empresas fictícias que, na prática, apenas serviam de desculpa para a compra de imóveis que, mais tarde, seriam arrendados a particulares.

O CCAC chegou à conclusão de que faltaram, da parte do IPIM, visitas ‘in loco’ e uma melhor análise dos documentos apresentados pelos candidatos.

No relatório, lia-se que os requerentes “aproveitavam-se da prática adoptada pelo IPIM no sentido de dar valor aos investimentos em imóveis na apreciação dos pedidos, conseguindo obter, de forma fraudulenta, a autorização de residência temporária através de projectos de investimento falsos”.

Alegadas violações

Na mesma altura, Irene Lau admitiu existirem indícios de violação na lei que permite a obtenção da residência pela via do investimento, apesar dessa política estar suspensa desde 2007. Houve, de acordo com a responsável, “um número significativo de investimentos em que a operação não correspondia àquilo que é exigido pelo IPIM”.

A publicação do relatório do CCAC levou à suspensão do presidente do IPIM, Jackson Chang, bem como Glória Batalha, vogal executiva, e Miguel Ian Iat Chun, antigo director adjunto do Gabinete Jurídico e de Fixação de Residência que passou para Fundo de Pensões.

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