Fronteira de Qingmao só para pessoas com passaportes chineses

[dropcap]A[/dropcap] futura fronteira de Qingmao, que permite o acesso ao Interior da China a partir da Ilha Verde, só vai poder ser utilizada por cidadãos com passaporte chinês. A revelação foi feita, ontem, pelo secretário Raimundo do Rosário, na Assembleia Legislativa, que negou a existência de discriminação face aos residentes de Macau com passaporte português.

“Não há discriminação. Isto vai funcionar como um desdobramento da fronteira existente, não é uma nova. E, de facto, os nacionais chineses são em maioria”, começou por defender, em declarações aos jornalistas. “Se quiser, também pode dizer que há discriminação em relação aos carros porque esta fronteira é só pedonal, não há carros: os carros vão continuar a usar a fronteira antiga. A única coisa que fizemos foi desdobrar a fronteira para os peões”, acrescentou.

Raimundo do Rosário disse também que não houve indicações do Governo Central para implementar esta política e que a nova fronteira não permite entrar directamente em Zhuhai, mas antes chegar a Gongbei, como se se tivesse atravessado as Portas do Cerco.

O trabalho de construção das estacas na zona da Ilha Verde deverá ficar concluído dentro de dois meses e depois será construída a estrutura.

Revolução nos transportes

Durante a sessão de ontem, o Terminal Marítimo da Taipa, o Aeroporto Internacional de Macau e o Heliporto do Pac On foram outros dos assuntos abordados na área dos transportes. Em relação ao terminal marítimo, que recebeu muitas críticas devido à dimensão e falta de manutenção, ficou-se a saber que poderá ter no futuro ligações para Dongguan, uma das cidades da Grande Baía.

A existência de contactos nesse sentido foi revelada pela Directora de Direcção de Serviços de Assuntos Marítimos e de Água (DSAMA), Susana Wong, que admitiu a hipótese do mesmo acontecer com mais cidades. Sobre o aeroporto, Simon Chan, presidente da Autoridade de Aviação Civil, explicou que nesta altura a maior limitação é o espaço para estacionar os aviões.

Há projectos para alargar as instalações, contudo, como envolvem aterros, é necessária a aprovação de Pequim, que está a analisar uma proposta. Finalmente a mudança do heliporto, que actualmente está no Porto Exterior de Macau e vai ser transferido para o Pac On, deve ser terminada até ao final do corrente ano.

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