FAM | Dança e teatro protagonizam primeiros espectáculos da 30ª edição

A trigésima edição do Festival de Artes de Macau acontece entre os dias 3 de Maio e 2 de Junho e já há alguns nomes em cartaz. De Portugal chega o Teatro do Eléctrico com a peça Karl Valentin Kabarett, enquanto que de Pequim a comédia ganha forma com o espectáculo O Sr. Ma e o Filho, da BJAMC Drama

 

[dropcap]N[/dropcap]o ano em que o Festival de Artes de Macau (FAM) celebra 30 anos de existência, o Instituto Cultural (IC) decidiu criar um cartaz que homenageia os clássicos. Com o tema “um tributo aos clássicos”, o programa pretende mostrar ao público um “leque de espectáculos de diferentes estilos e programa do Festival Extra e convidando o público a apreciar os clássicos”.

Os primeiros nomes já são conhecidos e trazem dança contemporânea e teatro. Vertikal é o espectáculo de dança que marca a abertura do FAM no dia 3 de Maio. Trata-se de uma co-produção de Mourad Merzouki, um conceituado coreógrafo francês, e da CCN Créteil & Val-de-Marne / Cie Käfig, considerada “uma das principais companhias de dança hip-hop de renome mundial”.

De acordo com o IC, podemos esperar uma performance em que “dez dançarinos deslizam no ar por cordas, libertando-se dos limites da gravidade para criar elementos coreográficos e produzir sequências de hip-hop únicas e contemporâneas”. O público poderá ver o espectáculo também no dia 4 de Maio, no grande auditório do Centro Cultural de Macau (CCM).

No dia 12 de Maio é apresentado Rain, um espectáculo de dança que resulta da colaboração entre o músico contemporâneo Steve Reich, a coreógrafa belga Anne Teresa De Keersmaeker e a sua companhia de dança Rosas.

Anne Teresa, considerada pioneira no mundo da dança, traz Rain novamente a palco 18 anos depois, mostrando ao público uma dança pura e música minimalista. “Impelidos pelos tons pulsantes de Steve Reich, nove bailarinos percorrem o palco com agilidade, dançando variações infinitas de liberdade física e precisão geométrica, com uma leveza de tirar o fôlego”, descreve o IC.

Rain é também composto por “figuras matemáticas, a repetição sustentada, a ocupação geométrica do espaço, a arte da variação contínua”. “Tudo o que gradualmente se tornou a assinatura da coreógrafa, é levado ao extremo em Rain”, acrescenta o IC.

Senta-te e ri

Além da dança estão também agendadas duas peças de teatro. Uma delas irá evocar aquele que foi considerado o “Charlie Chaplin da Alemanha”, Karl Valentin, e será levada a cena pela companhia portuguesa Teatro do Eléctrico. Karl Valentin Kabarett acontece a 24 de Maio no grande auditório do CCM e “cruza várias peças curtas por ele escritas com canções populares alemãs do início do século XX, cantadas ao vivo em alemão por 11 actores e um cantor lírico, acompanhados por uma orquestra de dez músicos”. Karl Valentin Kabarett revela o “constante complexo de inferioridade” das personagens de Karl Valentin e está carregado de ironia, música, dança e teatro. A encenação desta peça está a cargo de Ricardo Neves-Neves, também fundador do Teatro do Eléctrico.

De Pequim chega também outra comédia, intitulada “O Sr. Ma e o Filho”, da companhia BJAMC. Trata-se de uma adaptação do romance de Lao She para comemorar o 120º aniversário do seu nascimento, e é uma peça que revela o intercâmbio entre a cultura chinesa e a cultura ocidental, imbuída dos reflexos da sagacidade de Pequim e do humor inglês.

A história acontece à volta do Sr. Ma, que sonha um dia vir a ser mandarim. Devido à morte do seu irmão, o Sr. Ma vai para Londres com o seu filho para assumir a gerência de uma loja de antiguidades por ele deixada, tornando-se num modesto comerciante. Pai e filho ficam hospedados em casa da Sra. Wedderburn. Com o passar do tempo, vai-se desenrolando uma história de amor satírica e agridoce. O “Sr. Ma e o Filho” é apresentado nos dias 25 e 26 de Maio no grande auditório do CCM.

O cartaz provisório do FAM encerra com o espectáculo de ópera cantonense “A Alma de Macau”, que celebra o décimo aniversário da ópera cantonense inscrita na Lista Representativa do Património Cultural Imaterial da Humanidade.

Esta produção de ópera cantonense foi adaptada pelo dramaturgo Li Xinhua a partir de uma peça original de um autor de Macau e contará com a interpretação de actores de Macau e da Trupe de Ópera Cantonense de Foshan, dando vida à épica história de Macau.

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