Hong Kong | SF Express recusa enviar material religioso para Macau

A filial de Hong Kong da empresa SF Express recusou o envio de uma encomenda com cruzes para a RAEM por se tratar de “material religioso”. O gestor da empresa acabou demitido e companhia admitiu que situação foi um erro

 

[dropcap]A[/dropcap] filial de Hong Kong da SF Express, empresa de entregas por correio de Shenzhen, recusou enviar uma encomenda para Macau, por haver “material religioso” entre os itens, nomeadamente cruzes feitas à mão. A notícia foi confirmada pela própria empresa, depois de uma investigação interna e do caso ter vindo parar os jornais do território vizinho.

O caso terá sucedido na quarta-feira passada, quando um voluntário católico foi à loja da SF Express de To Kwa Wan, em Kowloon, para enviar uma encomenda com presentes, cartões e cruzes feitas à mão para um evento católico que ia decorrer em Macau. Contudo, um funcionário da loja informou o voluntário que a encomenda não poderia ser entregue na RAEM, uma vez que tinha “material religioso”. Na sequência da sua natureza ou finalidade, os objectos acabaram por não ser aceites pela SF Express.

Após a divulgação do caso, a empresa iniciou uma investigação e na sexta-feira fez um pedido de desculpas. “De acordo com os requisitos legais, os padrões para o recebimento e a entrega de encomendas têm de estar de acordo com as leis aplicáveis nas alfândegas dos territórios envolvidos. Contudo, o gestor da SF Express Hong Kong falhou em perceber os requisitos legais e em treinar de forma adequada os trabalhadores, fazendo com que os empregados tivessem padrões mais exigentes do que aquilo que seria necessário”, explicou a companhia, num comunicado citado pelo portal Hong Kong Free Press.

Estado de choque

A SF Express afirmou ainda estar “chocada” com o ocorrido e prometeu tomar medidas para que estes casos não se repitam. “O nosso grupo decidiu que o administrador geral da SF Express Hong Kong vai assumir a responsabilidade e demitir-se. O nosso grupo pede as mais sinceras desculpas às pessoas afectadas e agradece a atenção dos órgãos de comunicação social para este caso”, é acrescentado no comunicado.

Em relação ao envio de materiais de e para Macau não são conhecidos casos semelhantes. No entanto, no Domingo, 13 de Janeiro, o autor Leung Man-Tao, de Hong Kong, tinha-se queixado que a empresa tinha recusado enviar três livros de Taiwan para Hong Kong. Na altura, terá sido dito a Leung que havia “restrições ao nível do conteúdo de livros aplicadas pelo Governo Chinês”. Também neste caso a empresa veio a público admitir que tinha havido um erro e negou qualquer restrição no envio de livros de Taiwan para Hong Kong.

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