GP Macau | Filipe de Souza condicionado com lastro de 80 quilos

Piloto da Audi quer fazer uma surpresa e ficar à frente de vários pilotos estrangeiros na competição principal de carros de turismo. Contudo, mostra-se desapontado com o lastro de 80 quilos, que diz dificultar a sua tarefa

[dropcap]O[/dropcap] piloto Filipe de Souza queria fazer uma surpresa na prova da Taça Mundial de Carros de Turismo (WTCR), mas admite que está fortemente limitado devido ao Balance of Performance (BOP). O BOP é um mecanismo criado para equilibrar o desempenho dos diferentes carros e no caso de Souza vai obrigá-lo a colocar 80 quilos de lastro extra no Audi RS3 LMS.

“Infelizmente vamos ser muito desfavorecidos pelo BOP. O Audi é um dos carros mais prejudicados com 60 quilogramas de lastro. Depois como participo como piloto convidado, ou seja como wild-card, ainda levo com mais 20 quilogramas de lastro”, afirmou Filipe de Souza, ao HM.

“Admito que quando vi a lista do BOP para Macau que fiquei muito preocupado, porque acho que vai ter um grande impacto nas nossas expectativas. Para se ter uma ideia, os 80 quilos são superiores ao meu peso”, sublinhou.

À partida para a prova, Filipe de Souza tinha definido como objectivo ficar à frente de vários pilotos estrangeiros e a seu favor tem o conhecimento do Circuito da Guia. “O carro vai ficar pouco competitivo face à concorrência, principalmente porque estamos num campeonato em que é comum que a diferença entre o primeiro e décimo quinto, nas qualificações, seja inferior a um segundo. Este peso todo vai fazer uma grande diferença”, admitiu. “Mas muitos têm pouca experiência em Macau, ao contrário de mim, e apesar deste lastro todo vou tentar aproveitar esse factor”, acrescentou.

Desafio local

No total vão ser seis os pilotos locais a competir no WTCR, além de Filipe de Souza, os outros são André Couto (Honda Civic TCR), Rui Valente (VW Golf), Kevin Tse (Audi RS3 LMS), Lam Kam San (Audi RS3 LMS) e Billy Lo Kai Fung (Audi RS3 LMS). Souza vê Couto como o principal adversário devido à experiência do piloto que venceu a prova de Fórmula de 3 em 2000 e aponta ainda para o facto do adversário ter um carro 10 quilos mais leve.

“Quando corro nas provas locais aponto sempre aos três primeiros. Agora no WTCR há muitos pilotos profissionais, por isso os meus objectivos passam por ficar à frente dos pilotos de Macau. Mas sei que não vai ser fácil porque o André Couto é um piloto profissional com muita experiência e tem menos 10 quilos do que eu. Vai ser um grande desafio”, apontou.

Filipe de Souza chega ao Grande Prémio de Macau depois de um ano em que não participou em nenhum campeonato a tempo inteiro. No entanto, fez várias provas com o Audi, a contar para a competição Pan Delta e para o campeonato TCR China, o que lhe permite ter um bom conhecimento da viatura.
“Estou muito familiarizado com o carro e adaptei-me com muita facilidade. Acho que não vai ser pelo carro em si que vou ter problemas… só mesmo pelo peso”, concluiu.

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