China / ÁsiaMinistro da Agricultura tenta concluir processo para venda de carne de suíno na China Hoje Macau - 5 Nov 2018 [dropcap]O[/dropcap] ministro da Agricultura está em Xangai, na China, para promover bens agrícolas portugueses e concluir o processo de entrada da carne de suíno no mercado chinês, onde já são vendidos vinho, azeite ou produtos lácteos. “A China é um mercado gigantesco, com uma grande diversidade de produtos, entre os quais se situam os produtos agrícolas portugueses. Temos vindo a negociar com as autoridades chinesas – é sempre um processo de paciência – em alguns casos, há alguns anos, para a abertura do mercado a alguns produtos, como a carne de porco, os produtos lácteos, os bovinos, as frutas, como peras, maçãs ou uvas de mesa”, disse hoje à agência Lusa Luís Capoulas Santos. Alguns destes processos já estão concluídos e os operadores portugueses já estão a entrar no mercado chinês como é o caso do vinho, dos azeites e dos produtos lácteos, explicou o ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, em declarações a partir de Shangai. “Estamos mesmo à beira de resolver o último problema relativamente à carne de suíno português e amanhã mesmo [na segunda-feira] terei contacto com dois ministros, da Agricultura e das Alfândegas” da China, avançou o governante. “Estive com produtores portugueses e os seus parceiros chineses e [neste caso] todo o processo já está pronto a entrar em funcionamento mal seja dado o último passo burocrático”, acrescentou. Capoulas Santos participa na grande feira das importações da China que se inicia na segunda-feira, em Xangai, cidade com cerca de 20 milhões de habitantes. O início oficial da feira foi hoje marcado com um jantar oferecido pelo Presidente chinês às delegações de dezenas de países, algumas lideradas por chefes de Estado e de governo. Para o ministro português, que está acompanhado pelo secretário de Estado da Agricultura e Alimentação, Luís Medeiros Vieira, a iniciativa “é um sinal que a China dá de abertura dos seus mercados”. Outros processos estão em curso para a entrada no mercado chinês, apontou, “uns mais adiantados, outros mais atrasados, referentes a outros produtos designadamente frutícolas”. Para Capoulas Santos, esta “é uma grande oportunidade” porque os produtores portugueses têm na Europa “uma concorrência muito forte”. Por isso, “tudo o que constitua a abertura de mercados é uma oportunidade mais para os nossos operadores e para a afirmação dos produtos portugueses”, salientou. O responsável pela Agricultura relatou ter visitado uma grande superfície comercial onde o dia era dedicado a Portugal, com apresentação de uma vasta gama de produtos portugueses para lojas orientadas para a classe média chinesa. “Estamos a procurar que os produtos portugueses sejam cada vez mais referenciados como de gama alta, produtos de qualidade destinados a determinado segmento de consumidores com poder de compra médio e elevado já que Portugal não produz em grandes quantidades”, explicou. Capoulas Santos recordou que a meta do Governo é, no horizonte de uma legislatura, equilibrar a balança comercial em valor, ou seja, aumentar as exportações em montante para que compensem as importações. No setor agro-alimentar, “temos ainda uma balança desequilibrada, ainda que no caso da China, a balança agro-alimentar seja bastante positiva para Portugal”, referiu. O setor dos vinhos é o exemplo apontado pelo governante do reconhecimento da qualidade do produto português, que é exportado para cerca de 150 países e ganha prémios em todo o mundo, quando há 30 anos atrás era considerado de baixa qualidade e era exportado a granel. “Foi um esforço muito grande” realizado no sector do vinho que “queremos agora alargar a outros produtos e o passo seguinte, e está a ser conseguido, é com o azeite”, resumiu. A comitiva do ministro da Agricultura integra uma delegação da AICEP – Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal que está a participar na Feira Internacional de Importação da China, uma iniciativa que conta com o apoio da Organização Mundial do Comércio (OMC) e da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO).