Cheias | Alertados agricultores chineses para hipótese de mais inundações

As autoridades agrícolas chinesas exortaram ontem os agricultores e os governos locais a “intensificarem as medidas de prevenção”, face à nova vaga de chuvas torrenciais que deve atingir grande parte do país nos próximos dias.

O Centro Meteorológico Nacional da China prevê chuvas moderadas a fortes para o centro e leste da China e nas províncias do Nordeste de Heilongjiang, Jilin e Liaoning, que já sofreram fortes inundações no início deste mês.

O ministério da Agricultura e dos Assuntos Rurais alertou que as chuvas podem inundar novamente os campos de grãos e dificultar os esforços para recuperar as plantações danificadas.

O organismo pediu aos departamentos agrícolas que “trabalhem em estreita colaboração com os centros meteorológicos locais” e se “preparem para fortes chuvas” e organizou técnicos e outros especialistas para “desenvolverem planos de emergência e aumentar o fornecimento de materiais agrícolas”.

O ministério apelou ao envio de alertas por telemóvel, televisão e rádio aos cidadãos que possam ser afectados e incentivou as autarquias locais a “fornecerem bombas de água e combustível”, a “limparem previamente os canais de drenagem das quintas” e “a reforçarem os currais dos animais”.

A necessidade de preparação ficou clara no início deste mês, quando as chuvas torrenciais causadas pelos tufões Doksuri e Khanun danificaram plantações de arroz no nordeste do país.

Para evitar perturbações no abastecimento alimentar do país, o ministério apelou às províncias do Sul, menos afectadas pelas cheias, para aumentarem a produção de hortícolas este Inverno, através do uso de terras agrícolas desocupadas, e enviarem hortícolas para o norte, visando preencher a lacuna causada pelas grandes inundações.

22 Ago 2023

Zhuhai | Parque Agrícola do Grupo Huafa preparado para abrir

Chama-se Parque Moderno de Demonstração Agrícola Hong Kong-Zhuhai-Macau, abre em Junho, tem uma parceria com a Universidade de Macau, e promete revolucionar a agricultura

 

Com a instalação de cortinas, luzes e sistema de irrigação ficaram concluídas as obras do Parque Moderno de Demonstração Agrícola Hong Kong-Zhuhai-Macau, que fica situado em Hezhou do Norte, Zhuhai. A abertura do parque agrícola inteligente, que tem uma parceria com a Universidade de Macau, está prevista para o próximo mês.

O parque, com 15 hectares, é um investimento do Grupo Zhuhai Huafa, que também foi responsável pelas obras, e que espera começar a colher os frutos nos próximos meses. Segundo os cálculos apresentados, está prevista a produção de 7 mil toneladas de frutas e vegetais de alta qualidade, tais como tomate, pimentos, mini pepinos, morangos, alface, ervas tradicionais chinesas, e flores.

Este é o primeiro projecto agrícola inteligente de alta tecnologia do Grupo Huafa, que recentemente começou a apostar nas área da agricultura biológica. Além da produção de alimentos saudáveis, o parque é ainda encarado como a oportunidade para criar 300 trabalhos de agricultura em Zhuhai.

Outra das características é a aposta na diversidade. O parque vai ser constituído por variedades agrícolas de alta qualidade, tanto nacionais como estrangeiras, que são plantadas em estufas de vidro inteligentes semi-encerradas.

Esta é a primeira vez que esta tecnologia é utilizada directamente no Sul da China.
O parque vai estar ligado com Macau, uma vez que a UM tem uma parceria com o Grupo Huafa para testar a cultura de plantas que depois serão utilizadas na Medicina Tradicional Chinesa.

A vantagem está no ganho

Sobre o novo projecto, Li Qi, da empresa Zhuhai Huayi Eco-Technology, subsidiária do Grupo Huafa, explicou que a terra dentro das estufas é mais produtiva do que na agricultura tradicional, o que justifica a grande aposta.

De acordo com as mesmas explicações, o tecto interior não permite que a luz que entra na estufa saía o que prolonga o tempo da exposição, fazendo com que, por exemplo, as plantas de tomate cherry possam crescer até uma altura de três metros e gerarem uma produção anual de 1 milhão de yuan por 667 metros quadrados. Esta valor para os tomates cherry é cinco vezes superior à produção com recurso à agricultura tradicional.

Além disso, as estufas utilizam sistemas inteligentes altamente automatizados para o controlo ambiental, que é realizado por inteligente artificial, e que garante a correcta gestão nutricional vegetal. Li Qi explicou também que são adoptadas “várias tecnologias inovadoras” para arrefecimento, desumidificação e controlo da iluminação.

Para este projecto, o Grupo Huafa criou uma equipa de peritos agrícolas, em 2019, que reuniu membros de prestigiadas universidades agrícolas nacionais e estrangeiras, como a Universidade e Investigação de Wageningen, na Holanda, a Universidade de Cornell, nos Estados Unidos, bem como a Universidade Agrícola da China.

20 Mai 2022

Seca afecta 330.000 pessoas no sul da China

Centenas de milhares de pessoas no sul e no leste da China estão a enfrentar escassez de água potável, devido aos baixos níveis de precipitação registados nos últimos meses, revelaram as autoridades. O Ministério dos Recursos Hídricos disse que mais de 500.000 hectares de terras aráveis foram afetados pela seca, deixando 330.000 pessoas em áreas rurais sem abastecimento suficiente de água potável.

Desde outubro que os níveis de precipitação nas regiões a sul do rio Yangtse se fixaram entre 50% e 80% abaixo do normal, indicou a mesma fonte, citada pela imprensa chinesa. Cerca de 2,4 milhões de pessoas nas províncias de Zhejiang, Guangdong e Fujian já foram afetadas pela seca, e as preocupações estão a aumentar em Guangxi, Hunan e Yunnan, segundo o ministério.

Em Taizhou, província de Zhejiang, os residentes da vila de Sanmen estão a enfrentar a pior seca dos últimos 50 anos, informou a emissora estatal CCTV. As autoridades locais ordenaram que o abastecimento de água para as famílias funcione apenas em dias alternados e que as empresas não essenciais que usam grandes quantidades de água suspendam as suas operações.

Nas áreas rurais, a água potável é entregue aos moradores por bombeiros e novos poços estão a ser abertos para aumentar o abastecimento.

Yuan Yuan, vice-diretor do departamento de previsão da Administração Meteorológica da China, disse em entrevista ao portal Thepaper.cn que a seca foi causada principalmente pela La Niña, um padrão climático complexo que ocorre devido às variações das temperaturas na banda equatorial do Oceano Pacífico. “A circulação anormal do ciclone continuou desde outubro e a sua intensidade aumentou no inverno”, referiu.

Qian Yonglan, investigador do Centro Meteorológico Nacional, apontou que a seca já teve um impacto prejudicial nas safras de outono e inverno, como a batata, pimentão, tomate e banana, e pode representar uma ameaça às colheitas de arroz. “Se a precipitação continuar baixa, pode afetar o plantio do arroz”, descreveu.

8 Fev 2021

Comércio | Pequim pode comprar mais produtos agrícolas americanos

As empresas chinesas estão dispostas a importar mais produtos agrícolas oriundos dos Estados Unidos, informou ontem o ministério chinês do Comércio, nas vésperas de delegações dos dois países se reunirem para negociar um acordo comercial

 

[dropcap]O[/dropcap] anúncio surge depois das acusações do Presidente norte-americano, Donald Trump, de que Pequim estava a faltar à promessa de reduzir o ‘superavit’ comercial com os Estados Unidos através da compra de mais produtos agrícolas americanos.

O porta-voz do ministério Gao Feng confirmou, na terça-feira, que as delegações vão conversar, pela primeira vez, frente a frente, desde que Trump e o homólogo chinês, Xi Jinping, acordaram um segundo período de tréguas, numa guerra comercial que espoletou no Verão passado e ameaça a economia mundial.

O primeiro período de tréguas colapsou após Trump ter subido as taxas alfandegárias sobre o equivalente a 200 mil milhões de dólares de bens importados da China, acusando Pequim de recuar em compromissos feitos anteriormente.

Gao disse que os importadores chineses vão negociar com os fornecedores dos EUA, embora tenha rejeitado uma “relação directa” com as negociações da próxima semana. “As empresas chinesas têm a disposição de continuar a importar alguns produtos agrícolas dos Estados Unidos”, disse Gao, em conferência de imprensa. “As empresas vão negociar os contratos com os fornecedores”, detalhou.

Pequim bloqueou as importações de soja norte-americana e aumentou as taxas alfandegárias sobre produtos agrícolas, em retaliação pela decisão de Trump de punir com taxas alfandegárias cerca de metade das importações oriundas da China.

A China concordou, entretanto, em comprar mais produtos agrícolas americanos, gás natural e outros bens, mas voltou atrás após Trump avançar com mais taxas. Trump recentemente acusou Pequim de retroceder, afirmando no Twitter que “a China está a decepcionar [os EUA]”.

A China comprometeu-se a comprar produtos agrícolas norte-americanos e, em troca, os EUA devem retirar o grupo chinês das telecomunicações Huawei de uma lista de entidades a quem as empresas norte-americanas não podem vender tecnologia chave sem autorização prévia.

As disputas comerciais entre os dois países continuam a pesar sobre a economia global, e foram um dos factores que levou o Fundo Monetário Internacional a reduzir a sua estimativa para o crescimento da economia mundial, este ano, para 3,2 por cento. Os governos das duas maiores economias do mundo impuseram já taxas alfandegárias sobre centenas de milhares de milhões de dólares das exportações de cada um, numa guerra comercial que ameaça a economia mundial.

Em causa está a política de Pequim para o sector tecnológico, que visa transformar as firmas estatais do país em importantes actores globais em sectores de alto valor agregado, como inteligência artificial, energia renovável, robótica e carros eléctricos. Os EUA consideraram que aquele plano, impulsionado pelo Estado chinês, viola os compromissos da China em abrir o seu mercado, nomeadamente ao forçar empresas estrangeiras a transferirem tecnologia e ao atribuir subsídios às empresas domésticas, enquanto as protege da competição externa.

26 Jul 2019

Portugal assina protocolo com China para agilizar processos de internacionalização

[dropcap]O[/dropcap] Governo assinou ontem um protocolo para o reforço da cooperação com a China, que tem como objectivos a harmonização de procedimentos e a agilização dos processos de internacionalização, foi anunciado.

“Depois de ter aberto o mercado da China para a carne de suíno nacional, o Ministério da Agricultura está agora a trabalhar intensamente nos mercados da pera rocha, da uva de mesa e dos citrinos, produtos cuja negociação se encontra já numa fase bastante adiantada, tendo ficado já agendada a visita de uma missão técnica chinesa a Portugal no próximo mês de Agosto”, anunciou, em comunicado, o Governo.

Este foi o principal assunto da reunião que hoje juntou, em Lisboa, delegações dos dois países, lideradas pelo ministro da Agricultura de Portugal, Capoulas Santos, e pelo ministro da Administração Geral das Alfândegas da República Popular da China, Ni Yuefeng.

De acordo com o Ministério da Agricultura, além da pera rocha, da uva de mesa e dos citrinos, Portugal está igualmente a negociar a abertura do mercado chinês para as maçãs, arroz (‘baby rice’), kiwis, pêssegos, nectarinas, ameixas, mel, carne de aves, carne de ovino e de bovino, ovos de incubação, pintos do dia, cavalos e produtos derivados de carne de suíno.

Portugal tem com a China uma “balança comercial positiva” no sector agro-alimentar, exportando um montante global de 150 milhões de euros, valor que, para o ministro da Agricultura, tem condições para crescer.

“A China é um mercado interessante para Portugal, não só pela sua dimensão de milhões e milhões de consumidores, mas também pela apetência do próprio mercado, que procura produtos que se diferenciem pela qualidade e por elevados padrões de segurança alimentar, o que é manifestamente o caso da produção nacional”, afirmou, citado no mesmo documento, Capoulas Santos.

O líder do Ministério da Agricultura assegurou ainda que a aposta passa pela simplificação de procedimentos, “através do estabelecimento de canais bem articulados, que permitam melhorar os contactos e acelerar a capacidade de resposta das autoridades nacionais”.

29 Mai 2019

Ministro da Agricultura tenta concluir processo para venda de carne de suíno na China

[dropcap]O[/dropcap] ministro da Agricultura está em Xangai, na China, para promover bens agrícolas portugueses e concluir o processo de entrada da carne de suíno no mercado chinês, onde já são vendidos vinho, azeite ou produtos lácteos.

“A China é um mercado gigantesco, com uma grande diversidade de produtos, entre os quais se situam os produtos agrícolas portugueses. Temos vindo a negociar com as autoridades chinesas – é sempre um processo de paciência – em alguns casos, há alguns anos, para a abertura do mercado a alguns produtos, como a carne de porco, os produtos lácteos, os bovinos, as frutas, como peras, maçãs ou uvas de mesa”, disse hoje à agência Lusa Luís Capoulas Santos.

Alguns destes processos já estão concluídos e os operadores portugueses já estão a entrar no mercado chinês como é o caso do vinho, dos azeites e dos produtos lácteos, explicou o ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, em declarações a partir de Shangai.

“Estamos mesmo à beira de resolver o último problema relativamente à carne de suíno português e amanhã mesmo [na segunda-feira] terei contacto com dois ministros, da Agricultura e das Alfândegas” da China, avançou o governante.

“Estive com produtores portugueses e os seus parceiros chineses e [neste caso] todo o processo já está pronto a entrar em funcionamento mal seja dado o último passo burocrático”, acrescentou.

Capoulas Santos participa na grande feira das importações da China que se inicia na segunda-feira, em Xangai, cidade com cerca de 20 milhões de habitantes. O início oficial da feira foi hoje marcado com um jantar oferecido pelo Presidente chinês às delegações de dezenas de países, algumas lideradas por chefes de Estado e de governo.

Para o ministro português, que está acompanhado pelo secretário de Estado da Agricultura e Alimentação, Luís Medeiros Vieira, a iniciativa “é um sinal que a China dá de abertura dos seus mercados”.

Outros processos estão em curso para a entrada no mercado chinês, apontou, “uns mais adiantados, outros mais atrasados, referentes a outros produtos designadamente frutícolas”.

Para Capoulas Santos, esta “é uma grande oportunidade” porque os produtores portugueses têm na Europa “uma concorrência muito forte”. Por isso, “tudo o que constitua a abertura de mercados é uma oportunidade mais para os nossos operadores e para a afirmação dos produtos portugueses”, salientou.

O responsável pela Agricultura relatou ter visitado uma grande superfície comercial onde o dia era dedicado a Portugal, com apresentação de uma vasta gama de produtos portugueses para lojas orientadas para a classe média chinesa.

“Estamos a procurar que os produtos portugueses sejam cada vez mais referenciados como de gama alta, produtos de qualidade destinados a determinado segmento de consumidores com poder de compra médio e elevado já que Portugal não produz em grandes quantidades”, explicou.

Capoulas Santos recordou que a meta do Governo é, no horizonte de uma legislatura, equilibrar a balança comercial em valor, ou seja, aumentar as exportações em montante para que compensem as importações. No setor agro-alimentar, “temos ainda uma balança desequilibrada, ainda que no caso da China, a balança agro-alimentar seja bastante positiva para Portugal”, referiu.

O setor dos vinhos é o exemplo apontado pelo governante do reconhecimento da qualidade do produto português, que é exportado para cerca de 150 países e ganha prémios em todo o mundo, quando há 30 anos atrás era considerado de baixa qualidade e era exportado a granel.

“Foi um esforço muito grande” realizado no sector do vinho que “queremos agora alargar a outros produtos e o passo seguinte, e está a ser conseguido, é com o azeite”, resumiu.

A comitiva do ministro da Agricultura integra uma delegação da AICEP – Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal que está a participar na Feira Internacional de Importação da China, uma iniciativa que conta com o apoio da Organização Mundial do Comércio (OMC) e da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO).

5 Nov 2018

Presidente dos EUA acusa China de ser “cruel” com agricultores norte-americanos

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Donald Trump, acusou ontem a China de ser “cruel” com os agricultores norte-americanos e alertou Pequim para as consequências desses actos.

“A China visa os nossos agricultores, que sabem que eu adoro & respeito, como forma de me fazer deixá-los [os chineses] aproveitarem-se dos EUA. Estão a ser cruéis naquela que será uma tentativa falhada. Estávamos a ser gentis – até agora!” avisou Trump.

No mesmo texto, publicado por volta do meio-dia em Lisboa, Trump disse que a China ganhou 517 mil milhões de dólares à custa dos Estados Unidos, no ano passado.

Quanto a críticos do plano de distribuir 12 mil milhões de dólares a agricultores que sofram de retaliações da guerra comercial com a China, nomeadamente através de tarifas impostas pela China, Trump pede que esperem e que “estejam calmos”, porque “as negociações estão a correr bem” e o “resultado final vai valer a pena”.

Numa publicação anterior, também no dia de hoje, Trump interrogava: “vamos continuar e deixar os nossos agricultores e a nossa terra serem roubados? Perdemos 817 mil milhões de dólares no ano passado”, para justificar as medidas que estão a ser tomadas contra o livre comércio e que se traduzem num agravamento de relações económicas com parceiros estratégicos, incluindo a China e países europeus.

26 Jul 2018