Portugal | João Louro e Tadashi Kawamata nas exposições para a ‘rentrée’ no MAAT

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m novo projecto de João Louro e outro de Tadashi Kawamata realizado em Portugal vão marcar a ‘rentrée’ de exposições no Museu de Arte, Arquitectura e Tecnologia (MAAT), em Lisboa, indicou à Lusa fonte da entidade.

Até 17 de setembro, segundo a mesma fonte, vão continuar patentes no museu “Gary Hill – Linguistic Spill”, “Vida e trabalho: não como antes mas de novo”, de Susana Mendes Silva, e até 08 de outubro, de Ângela Ferreira, “Pan African Unity Mural”, e “Eco-Visionários: Arte, Arquitetura após o Antropoceno”.

Relativamente às novas exposições, João Louro irá apresentar, em novembro, “Linguistic Ground Zero”, no Project Room MAAT, com curadoria de David G. Torres.

O novo projeto do artista português reflete sobre um “momento histórico de inflexão, em que a arte e a sociedade parecem coincidir em relação à necessidade de acabar com tudo”, segundo um texto da programação.

A proposta, uma reprodução de “Little Boy” – a primeira bomba atómica da história – com mensagens gravadas, reúne destruição, ‘graffiti’, referências poéticas e escritos.

A mostra remete para o século XX, período que ficou partido em duas partes pelas guerras mundiais, desde a batalha de Verdun, em 1916, a maior e mais sangrenta da Grande Guerra, ao lançamento da bomba atómica sobre a cidade de Hiroshima em agosto de 1945.

Em outubro, o artista japonês Tadashi Kawamata irá apresentar “Inundação”, na Galeria Oval, com curadoria de Pedro Gadanho e Marta Jecu, que foca questões em torno do turismo e da ecologia globais, e é o resultado de um projeto realizado em Portugal.

Uma instalação imersiva convida o visitante a observar uma paisagem marítima na sequência de uma catástrofe ecológica imaginária, em que os detritos transportados pelos oceanos engoliram a civilização.

Este artista japonês, conhecido pelos seus ambientes arquitetónicos sustentáveis de grande escala, desenvolveu este projeto ao longo de um ano de pesquisa e trabalho de campo em Portugal, que culminou numa oficina com artistas e arquitetos orientado pelo coletivo arquitetónico Os Espacialistas.

Esta peça de grande escala, encomendada pelo MAAT, integra resíduos de plástico e barcos abandonados recolhidos na costa portuguesa durante as campanhas de limpeza de praias, organizadas pela organização de voluntários Brigada do Mar.

Estes elementos “compõem uma forma escultórica que sugere os aglomerados de elementos poluentes agregados pelos movimentos perpétuos dos oceanos, bem como pelo turismo global e o extremo consumo dos recursos naturais”.

Ainda para outubro está prevista a exposição de André Príncipe, “Elephant”, na sala do Cinzeiro 8, com curadoria de João Pinharanda e Ana Anacleto.

Na sua primeira exposição individual em contexto institucional, em Lisboa, André Príncipe continua a sua exploração do meio fotográfico como mecanismo de perceção, captura e construção do real, reunindo um conjunto de obras fotográficas inéditas, e uma vídeo-instalação especificamente concebida para esta exposição.

“Trabalhando a partir de seu arquivo fotográfico, o artista seleciona e edita as imagens para criar conexões dialéticas e relações de harmonia variada em busca de um significado raramente narrativo”, indica a programação.

O Artists’ Film International regressa, a partir de outubro, na Sala das Caldeiras, com curadoria de Maria do Mar Fazenda.

Iniciado pela Whitechapel Gallery em Londres, este evento resulta de uma parceria entre várias instituições internacionais que reúnem um conjunto de filmes de artistas em torno de um tema compartilhado, este ano, a verdade.

Em novembro está prevista a apresentação da exposição “Haus Wittgenstein”, na Galeria Principal do MAAT, com curadoria de Nuno Crespo.

O foco desta exposição é a história de 90 anos da casa de Wittgenstein em Viena, um projeto iniciado em 1926 e concluído em 1928, que envolve arte, arquitetura e filosofia.

“Essa confluência ocorre não apenas porque o filósofo Wittgenstein foi seu arquiteto, mas também porque a história do projeto – de sua construção e habitação – reflete uma série de conflitos que constituem um exemplo abrangente de um processo criativo que é ao mesmo tempo artístico e arquitetónico”, descreve a programação.

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