DesportoFutebol | Diego Patriota eleito atleta do ano e Benfica a melhor equipa João Santos Filipe - 23 Jul 2018 [dropcap style=’circle’] A [/dropcap] escolha do onze ideal da Liga de Elite causou polémica. O melhor guarda-redes do ano, Batista, ficou de fora. O Sporting de Macau foi 3.º e o Monte Carlo 6.º, com mais derrotas do que vitórias, mesmo assim os leões não tem atletas no onze ideal e os canarinhos têm dois A Associação de Futebol de Macau (AFM) revelou na sexta-feira o melhor 11 da temporada da Liga de Elite e o destaque vai para o facto do melhor guarda-redes do ano, Batista (Benfica de Macau), não estar no onze ideal, nem ter sido escolhido qualquer atleta do Sporting de Macau, apesar do 3.º lugar na classificação. No pólo oposto, o Monte Carlo, que não foi além do 6.º lugar na liga, com mais derrotas do que vitórias (9 jogos perdidos contra 8 vitórias e um empate), tem dois atletas escolhidos, nomeadamente Paulo Cheang, capitão da selecção de Macau, e Cheong Hoi San. Para a eleição do onze da Liga de Elite contribuíram os internautas, com um poder de 10 por cento na votação final, a associação de jornalistas desportivos, que deu início a esta iniciativa há cerca de 9 anos, com 30 por cento, e uma comissão de revisão dos votos, da AFM, com 60 por cento. A comissão de revisão é constituída por representaste da associação, da associação de veteranos e dos clubes. Segundo os resultados apurados, o onze ideal joga no esquema táctico 3-4-3, com o guardião Leong Chon Kit, do Ching Fung, a ser o escolhido para a baliza ideal. O guarda-redes teve apenas 2 votos dos internautas, 0 dos jornalistas, mas a comissão de revisão deu-lhe 11 pontos, suficiente para ser o seleccionado, enquanto Batista ficou de fora. Em relação aos 10 jogadores de campo, o campeão Benfica é a equipa mais representada, com 5 atletas, segue-se o Monte Carlo e Ka I, com dois jogadores cada, e Chao Pak Kei, com um. “Parece uma anedota” Para o treinador do Benfica de Macau, Bernardo Tavares o facto de Batista não estar no onze principal é chocante: “Parece uma anedota. O Batista é o guarda-redes do ano, mas não está no onze. Fico triste com este tratamento ao Batista. É uma prova de que os prémios não são justos”, disse ao HM Bernardo Tavares, treinador das águias. “Deve-se questionar a AFM sobre os critérios. A ideia que dá é que foi uma votação entre amigos. Só o facto do melhor guarda-redes não fazer parte do onze titular diz tudo”, acrescentou. Também o facto de Prince, extremo do Sporting de Macau ter ficado de fora levou Bernardo Tavares a mostrar-se incrédulo. “Sinceramente, se eu tivesse de fazer um onze destes, pelo menos nove jogadores seriam do Benfica. Foi a equipa campeã só com um empate, ao mesmo tempo que competia na Taça AFC”, começou por sublinhar. “Mas também é difícil compreender que havendo tantos jogadores de outras equipas que não o Benfica, que o melhor jogador do terceiro classificado [Prince] não esteja no onze… Eles [AFM] é que sabem…”, acrescentou. Por sua vez, o director técnico do Sporting de Macau, José Reis, não se mostrou surpreendido. “É o normal funcionamento da AFM. Há clubes com um excelente relacionamento com os membros da AFM, que têm visível influência, que depois são premiados no final da época com a inclusão de atletas em onze ideias e distinções para treinadores”, afirmou. “É a única explicação que encontro para os resultados”, vincou. José Reis informou também que os jogadores já tinham sido avisados para o facto de não serem nomeados. “O Prince não ficou desiludido porque já tinha sido avisado que as hipóteses de ser distinguindo eram extremamente reduzidas. Tivemos de preparar o jogador, até porque ele tinha uma certa expectativa, após o excelente rendimento desportivo reconhecido por todos”, sustentou. “Se fosse um critério puramente desportivo havia vários jogadores e treinadores que tinham sido distinguidos e não estão lá. Outros não se distinguiram pela positiva ao longo da época e estão no onze…”, referiu. De acordo com a explicação da AFM, foram distribuídos boletins às equipas para nomearem atletas para serem votados. Contudo, houve equipas que tiveram dificuldades no preenchimento dos papéis porque a documentação só estava em chinês. A AFM também disse que tem ouvido as opiniões dos clubes face aos resultados e vai tentar incorporá-las nas próximas edições das votações. Inácio Hui treinador do ano No que diz respeito aos prémios individuais, William Carlo Gomes foi o melhor marcador, com 38 tiros certeiros. Já na baliza, Batista ficou na frente de Ho Man Fai, do Monte Carlo, e de Lo Weng Hou, do Chao Pak Kei. No que diz respeito ao melhor atleta sub-23, o prémio foi para Cheong Hoi San, do Monte Carlo, na frente de Lo Weng Hou, do Chao Pak Kei, e de Miguel Noronha, também do Monte Carlo. Finalmente, ao nível do comando técnico das equipas, Inácio Hui, do C.P.K. foi considerado o melhor treinador, seguido por João da Rosa do Ching Fung. Bernardo Tavares do Benfica, que somou 17 vitórias e 1 empate em 18 jogos, não foi além do terceiro lugar. “Foi a escolha deles, uma pessoa tem que respeitar. Assisti a tanta coisa em Macau, que nem vale a pena estar a pronunciar-me”, frisou.