Quase 12 mil deslocados devido a combates no sul das Filipinas

[dropcap style≠’circle’]P[/dropcap]elo menos 11.700 pessoas foram obrigadas a abandonar as suas casas na ilha de Mindanao, no sul das Filipinas, devido a novos combates entre o exército e o grupo extremista Maute, anunciou ontem o Governo filipino. A ofensiva, que começou no domingo, intensificou-se nas últimas 24 horas, o que resultou no dobro da população deslocada, já superior a 2.200 famílias, indicou o Conselho de Gestão de Redução de Risco de Desastres da província de Lanao del Sur.

Desde domingo foram abatidos cinco presumíveis extremistas islâmicos na operação que tem como objectivo a captura do líder do Maute, Abu Dar, conhecido como o “emir” do grupo extremista Estado Islâmico (EI) no Sudeste Asiático, disse aos meios de comunicação locais o coronel Romeo Brawner, porta-voz da primeira divisão de infantaria na zona.

De acordo com informações dos serviços secretos, Abu Dar encontra-se no enclave montanhoso de Lanao del Sur, entre as cidades de Pagayawan e Tubaran. As autoridades filipinas consideram Abu Dar um dos líderes do cerco de cinco meses a Marawi.

Em Maio do ano passado, os extremistas do Maute tomaram Marawi, capital de Lanao del Sur, uma acção que desencadeou um conflito armado que se prolongou por cinco meses e causou a morte de 920 rebeldes, 165 soldados e 47 civis. As autoridades registaram ainda cerca de 360 mil deslocados.

Os rebeldes, que hastearam bandeiras negras do EI, contaram com abundantes recursos e tempo para planear aquele que foi o maior conflito armado das últimas décadas nas Filipinas, segundo os serviços secretos filipinos.

O conflito levou o Presidente filipino, Rodrigo Duterte, a declarar a lei marcial em toda a região de Mindanao, onde vivem perto de 20 milhões de pessoas, uma medida de excepção que estará em vigor até final deste ano.

Com perto de 20 por cento da população muçulmana, Mindanao é palco, há décadas, de conflitos entre o Governo e diferentes grupos extremistas, incluindo a organização extremista Abu Sayaf, também próxima do EI.

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