PolíticaJoalharia | Deputado Ip Sio Kai pede padrões de certificação de pedras preciosas Sofia Margarida Mota - 22 Fev 2018 Macau não aderiu à certificação internacional de jóias. A par disso, o território não possui equipamento nem profissionais para garantir que a joalharia que se vende seja autêntica. Os profissionais do sector estão preocupados e querem um regime legal e especialistas de modo a que o mercado possa manter a competitividade local e internacional [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] mercado da falsificação de jóias está em constante actualização. No entanto, em Macau, onde o sector tem uma forte presença no mercado, não se seguem os padrões de certificação de autenticação internacional capazes de garantir que diamantes, jades e outras jóias à venda no território sejam verdadeiras. O alerta é dado pelo deputado Ip Sio Kai. Em interpelação escrita, o tribuno aponta o dedo à inoperância do Executivo nesta matéria, sublinhando que desta forma Macau pode perder competitividade no mercado devido à desconfiança dos consumidores. De acordo com Ip Sio Kai, esta é mais uma prova de recuo quando Macau se quer afirmar como centro turístico, demonstrando a forma como o território continua atrasado em relação aos padrões internacionais, facto que não corresponde ao pretendido posicionamento como centro mundial de turismo e lazer”, refere. O deputado recorda uma apreensão recente na vizinha Hong Kong de diamantes falsos. As pedras eram, no entanto, muito difíceis de detectar como não sendo verdadeiras. “Devido ao avanço das técnicas é necessário recorrer a aparelhos sofisticados para distinguir os diamantes naturais dos artificiais”, refere o deputado. Contudo, Macau, onde o comércio de jóias é também um dos atractivos turísticos, as lojas não têm este tipo de equipamentos nem “condições para adquirir este tipo de aparelhos”, diz. Para Ip Sio Kai, o sector das jóias enfrenta novos desafios e um acréscimo nas dificuldades quando se trata de manter a credibilidade no mercado. Sem profissionais Acresce ao problema a falta de quadros qualificados em autenticação de jóias. Para o deputado trata-se de mais uma situação “que vai prejudicar a competitividade do sector”. De acordo com Ip Sio Kai, “se a situação não melhorar rapidamente receia-se que os sectores da joalharia e ourivesaria deixem de atrair os consumidores das regiões vizinhas”, teme o deputado. O problema não é novo e não é a primeira vez que o Governo é alertado para a situação. “Segundo a associação comercial do sector, este tem apelado ao Governo para criar um sistema de reconhecimento e certificação de jóias de jade e de diamantes, bem como um regime de formação profissional”, aponta o deputado. A associação apresentou mesmo um proposta no sentido de garantir uma resposta. No entanto, “até agora, não se registou nenhum avanço”, aponta. De acordo com os comerciantes que trabalham no sector da joalharia, as melhorias sugeridas ao Executivo vão contribuir para uma melhor qualidade do serviço e por uma elevada reputação quer entre as regiões vizinhas quer a nível internacional. Em Macau existem cerca de 300 empresas ligadas ao sector que precisam de profissionais de autenticação e de certificação internacional, refere. Ip Sio Kai quer saber qual é o ponto da situação nesta matéria e que medidas o Executivo tenciona tomar.