China / ÁsiaQuatro manchas de crude encontradas após explosão de petroleiro na costa da China Hoje Macau - 19 Jan 2018 Quatro manchas de crude, que ocupam ao todo 101 quilómetros quadrados, foram encontradas no mar Oriental da China, quatro dias depois da explosão e naufrágio do petroleiro iraniano Sanchi. Os dados difundidos na noite passada pela Administração Estatal de Oceanos da China apontam para a existência de quatro manchas dispersas, com um tamanho que oscila entre os 5,5 e os 48 quilómetros quadrados. O organismo explicou, em comunicado, que recorreu a amostras de água em 19 pontos próximos ao local onde o petroleiro se afundou e que em cinco foram detectados níveis altos de concentração de hidrocarbonetos. As autoridades chinesas não indicaram se o crude encontrado era o que a embarcação transportava, um petróleo condensado, ultraleve e mais fácil de limpar, ou se se trata de combustível. O Sanchi transportava 136.000 toneladas de petróleo condensado e boa parte desse carregamento ardeu durante o incêndio, que ao longo de uma semana consumiu a embarcação. As autoridades chinesas anunciaram na quarta-feira que encontraram os restos do barco e que estão a preparar o envio de robôs subaquáticos para analisar como podem limpar o crude que possivelmente sobra. O Ministério dos Transportes da China assinalou num comunicado que os destroços do barco foram localizados a 115 metros de profundidade e que o próximo passo será mandar veículos robotizados para determinar se resta algum resíduo de combustível e de outros derivados do petróleo. Uma das principais questões a resolver é se os tanques de combustível romperam com a explosão que afundou o barco, ou se, pelo contrário, continuam a armazenar combustível que poderia continuar a ser vazado no oceano durante os próximos dias. Um total de 19 embarcações de diferentes instituições chinesas estão a participar nos trabalhos de controlo e limpeza. O Japão e a Coreia do Sul também destacaram meios marítimos. Além disso, os técnicos ainda estão a analisar a caixa preta do petroleiro que foi recuperada do navio pouco antes do seu afundamento, com o objectivo de determinar as causas do acidente. Apesar do Governo chinês não ter ainda avaliado o impacto ambiental do desastre, as organizações de protecção do ambiente prevêem o pior, já que o mar Oriental da China é um dos espaços marítimos mais ricos e produtivos do planeta, as suas águas são pouco profundas e, por isso, é extremadamente vulnerável ao vazamento de óleo. O canal de televisão oficial “CCTV” veiculou uma entrevista com um especialista que garante que o derramamento terá um impacto negativo tanto no ecossistema marinho como na pesca local. O subdirector do Instituto de Pesquisa de Pesca Marinha da Província de Zhejiang, Zhou Yongdong, disse que o condensado derramado poderia causar estragos nas áreas de desova dos peixes. “Primeiro é o impacto no habitat de várias espécies marinhas, como peixes, lulas e moluscos, pois suas áreas de desova serão afectadas. E este é apenas o impacto sobre o ecossistema. O segundo impacto é na pesca, porque o local é uma importante área pesqueira para a China”, disse Zhou.