Presidente chilena destaca importância da China para o futuro do mundo

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] presidente do Chile, Michelle Bachelet, destacou na terça-feira a importância da China e da Ásia-Pacífico dizendo que o mundo actual gira em volta dessa área geopolítica. “Sabemos muito bem que nossa relação com a China e com a Ásia-Pacífico em particular é fundamental para que possamos chegar ao nosso destino.

O mundo actual gira mais do que nunca em torno do Pacífico e, portanto, nos faz olhar nessa direcção”, afirmou Bachelet na celebração do 10º aniversário do Instituto Confúcio da Universidade de Santo Tomás, em Santiago, ocorrido no Centro Regional do Instituto Confúcio para a América Latina (Crical), com sede na cidade.

A presidente indicou que os laços entre ambos os países não se limitam ao facto de que a China já seja o principal parceiro comercial do Chile, mas vão mais à frente. “É um dos nossos principais parceiros políticos no caminho da abertura, da integração e da cooperação para o progresso. Acredito que percorremos um caminho muito positivo nas últimas décadas, de modo que temos que continuar avançando para chegar a passos firmes no nosso objectivo”, assinalou Bachelet.

A presidente sublinhou que as relações entre ambas as nações remontam a muito tempo e sublinhou que o Chile foi pioneiro em diversos marcos com a China. “Fomos o primeiro país (na América do Sul) a reconhecer a República Popular da China, o primeiro (na América Latina) a reconhecer sua economia socialista de mercado, o que lhe permitiu entrar na Organização Mundial do Comércio, e o primeiro país (latino-americano) a assinar um acordo de livre comércio (ALC) com a China, numa data que coincidiu com a inauguração do primeiro Instituto Confúcio em nosso país”, observou a mandatária.

A ALC, comentou, foi chave para que as economias de ambos os países continuassem a expandir-se. “Graças à ALC, o comércio bilateral cresceu a uma taxa média anual de 16%, chegando no ano passado a US$ 31,4 mil milhões”, explicou.

Bachelet sublinhou que as relações no futuro entre a China e o Chile estão bem asseguradas com a ampliação do novo tratado de livre comércio recentemente assinado na última cimeira da Cooperação Económica da Ásia-Pacífico (APEC), realizada no Vietname.

Por outro lado, a presidente destacou a importância do Instituto Confúcio para garantir as relações entre a China e o Chile. “Ao longo de todos estes anos temos dado grandes contribuição à construção de pontes transpacíficas que nos permitem avançar em nossa meta de nos tornar em uma plataforma de conexão entre a América do Sul e a Ásia, região em que a China cumpre por seu tamanho, dinamismo e riqueza cultural, um papel protagonista que é fundamental para a aproximação entre nossos continentes”, disse. E inclusive atreveu-se a insinuar que assim que terminar a sua presidência aprenderá mandarim, “o idioma no qual se discutirão os grandes temas do século XXI”. “O Instituto Confúcio é o principal meio de difusão do idioma e da cultura chinesa em nosso país através de cursos, oficinas e diferentes actividades culturais às quais no próximo ano, a partir de Março, penso em me inscrever”, afirmou. Antes do seu discurso, a presidente foi a uma exposição de cultura chinesa e aprendeu a escrever o seu nome em chinês.

O Instituto Confúcio da Universidade Santo Tomás formou nos últimos dez anos mais de 12 mil alunos que aprenderam o idioma e a cultura chinesa, dos quais 200 tiveram a oportunidade de viajar ao país asiático. Hoje, encontra-se presente em 19 cidades e a sede de Punta Arenas (capital de Patagonia, sul do Chile) é o Instituto Confúcio mais ao sul do mundo. O reitor da Universidade Santo Tomás, Jaime Vatter, insistiu que esta instituição abre aos seus alunos “um mundo de oportunidades num contexto onde a oportunidade de que o Chile seja a ponte entre a Ásia e a América Latina é cada vez mais certa”.

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