Tillerson deixa Tailândia com apelo ao reforço das relações

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] chefe da diplomacia norte-americana, Rex Tillerson, procurou ontem estabilizar as relações com a Tailândia, tensas desde a tomada do poder pelos militares, em 2014.

A Tailândia tem sido um dos aliados dos Estados Unidos na região, mas o golpe, a repressão de opositores e o fracasso em restaurar a democracia azedaram as relações com a administração de Barack Obama (2008-2016).

Mas, segundo a imprensa norte-americana, o novo Presidente norte-americano, Donald Trump, não incluiu a questão dos direitos humanos nas principais prioridades diplomáticas e o assunto, segundo a diplomacia tailandesa, não foi abordado nesta visita de Tillerson.

“Não falámos de nada em matéria de direitos humanos”, disse à imprensa o ministro dos Negócios Estrangeiros tailandês, Don Pramudwinai, sobre o encontro com o secretário de Estado norte-americano.

“Foi uma visita abrangente para construir entendimentos sobre uma série de questões importantes”, acrescentou, precisando que Tillerson suscitou a questão da cibersegurança, que discutiram brevemente.

A questão norte-coreana

Don Pramudwinai disse ainda que discutiu com Tillerson os esforços dos Estados Unidos para garantir a pressão sobre a Coreia do Norte para que abandone o programa de armas nucleares.

O ministro disse que a Tailândia, como membro da ONU, cumpriu as sanções decididas contra Pyongyang, o que teve como resultado uma quebra de 94% nas trocas comerciais com a Coreia do Norte no primeiro semestre desde ano, quando comparado com o primeiro semestre de 2016.

Os Estados Unidos estão preocupados com a existência de um crescente número de empresas norte-coreanas de exportação e importação que utilizam Banguecoque como centro regional, mudando frequentemente as suas designações, explicou aos jornalistas um diplomata que viaja com Tillerson, citado pela agência noticiosa France-Presse.

Aliado tradicional de Washington, a Tailândia é um dos raros países do sudeste asiático que acolhe uma embaixada da Coreia do Norte e mantêm relações comerciais importantes com Pyongyang.

Os Estados Unidos querem persuadir os militares tailandeses a encerrar essas empresas para fechar esse canal comercial utilizado até ao momento sem restrições pela Coreia do Norte, acrescentou o diplomata.

A visita de Tillerson a Banguecoque, a primeira de um secretário de Estado norte-americano desde o golpe de Estado de 2014, incluiu também uma reunião com o chefe da junta militar, o general Prayut Chan-O-Cha, e uma audiência com o novo rei, Maha Vajiralongkorn.

Tillerson viajou de Banguecoque para a Malásia, última etapa da viagem ao sudeste asiático.

China | Condenado gangue de “avós” que coagia devedores a saldar dívidas

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]Um tribunal chinês condenou 14 membros de um gangue “de avós”, que coagiam as vítimas a saldar dívidas através de insultos e perseguições públicas, com penas de dois até 11 anos de prisão.

As mulheres foram condenadas por “organizarem, liderarem e participarem em grupos de tipo mafioso” e “comportamento provocatório e perturbador”, noticiou o jornal Beijing News.

O grupo era composto por cerca de 30 mulheres, com uma idade média de 50 anos, da cidade de Shangqiu, província de Henan, que ficaram desempregadas e estavam envolvidas em várias disputas relacionadas com dívidas, escreveu o jornal.

As mulheres berravam insultos aos devedores, através de altifalantes, até que estes se fartavam e pagavam a dívida, de acordo com a edição de segunda-feira do Beijing News. O jornal acrescentou que, por vezes, também cuspiam nas vítimas.

Uma das vítimas, perseguida pelas “avós”, disse que uma vez estas despiram-se e tentaram agredi-lo.

Gao Yun, uma das mulheres que integrou o gangue e é cega, contou ao Beijing News que cobrar dívidas era “muito divertido”, acrescentando não terem existido agressões, mas apenas “guerras de palavras”.

Cada “avó” ganhava cerca de 200 yuan (25 euros) por dia, mais refeições, para coagir os devedores.

Xangai vai criar cidade da ciência à imagem de Silicon Valley

[dropcap style≠’circle’]X[/dropcap]angai, a “capital” económica da China, vai criar uma “cidade da ciência”, com cerca de 700.000 residentes, entre cientistas, empresários e profissionais, que trabalharão em centros de investigação, informou ontem o jornal Shanghai Daily.

Com 94 quilómetros quadrados, o projecto, designado Zhangjiang Science City, incluirá o já existente Zhangjiang Hi-Tech de Pudong, e vai-se situar na região sudeste da cidade.

Segundo o plano aprovado ontem pelo governo local, vai gerar 880.000 empregos.

A cidade da ciência pretende estar a par da norte-americana Silicon Valley, o Parque Científico One North, de Singapura, ou a cidade japonesa da ciência Tsukuba, e deverá estar concluída em 2020.

“Para atingir esse objectivo, serão reunidos os melhores profissionais inovadores do mundo, centros científicos nacionais, universidades líderes, institutos de investigação e centros I+D de empresas multinacionais”, aponta o jornal.

A cidade de Zhangjiang vai incluir dezenas de laboratórios para projectos científicos e centros de investigação de universidades de renome.

Segundo um estudo recente publicado pela consultora KPMG, Xangai vai converter-se nos próximos anos no líder mundial do desenvolvimento tecnológico e superar a Silicon Valley.

A zona metropolitana de Xangai tem mais de 30 milhões de habitantes.

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