Al-Qaeda anuncia criação de grupo na Caxemira indiana

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] grupo radical Al-Qaeda anunciou a criação de um novo grupo ‘jihadista’ na Caxemira indiana, utilizando a imagem de um jovem separatista cuja morte em 2016 motivou protestos nesta região disputada entre a Índia e o Paquistão.

“Um novo movimento da ‘jihad’ foi fundado pelos camaradas do mártir Burhan Wani, sob a liderança do combatente Zakir Musa”, anunciou o gabinete de imprensa da Al-Qaeda para o subcontinente indiano, AQIS, num comunicado no seu canal na rede social Telegram.

Wani, um conhecido comandante da formação separatista de Caxemira Hizbul Mujahidden, morreu há um ano numa operação de tropas indianas, o que desencadeou uma onda de protestos violentos, que se saldaram em mais de 100 mortos e milhares de feridos.

“Após o martírio do heróico combatente Burhan Wani, a ‘jihad’ em Caxemira entrou numa etapa de despertar (…) para expulsar as agressões dos tiranos invasores indianos e, através da ‘jihad’, libertaremos a nossa pátria Caxemira”, explica o grupo terrorista, na nota.

O novo grupo foi baptizado como Ansar Ghazwat-ul-hind e será liderado por Musa.

Cenário de guerra

Caxemira é cenário habitual de ataques de rebeldes contra as tropas indianas e, neste ano, cerca de cem insurgentes e 40 elementos das forças de segurança morreram em confrontos, operações e ações terroristas.

A Índia acusa o Paquistão de apoiar terroristas que atacam em território indiano com o objetivo de impulsionar o movimento independentista em Caxemira.

Situada aos pés dos Himalaias, Caxemira é a única região indiana com maioria muçulmana e o Paquistão reclama a sua soberania desde a divisão do subcontinente e independência do império britânico em 1947.

As duas nações já se envolveram em várias guerras e conflitos menores no território, separado por uma fronteira provisória que divide Caxemira em dois e que é uma das zonas mais militarizadas do mundo.

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