Células estaminais | UM desenvolve novo método de conservação

É uma tecnologia inovadora que poderá ter impacto, no futuro, numa área importante da medicina. Uma equipa de investigadores da Universidade de Macau desenvolveu um método de armazenamento de células estaminais que permite a conservação à temperatura ambiente

[dropcap style≠’circle’]V[/dropcap]em demonstrar que existem alternativas aos métodos tradicionais de criopreservação, que exigem equipamentos e técnicas de transporte complexas, com elevados custos. Investigadores da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade de Macau (UM) desenvolveram uma tecnologia que permite a conservação de células estaminais à temperatura ambiente durante sete dias, sem prejuízo das suas características e actividade biológica.

Em comunicado, a UM explica que esta “tecnologia inovadora” foi descoberta sobre a orientação de Ren-He Xu, professor da instituição de ensino superior, que há quase duas décadas se dedica à investigação de células estaminais e da sua aplicação na medicina. A equipa era constituída por uma aluna de doutoramento, Jiang Bin, e por uma investigadora a fazer um pós-doutoramento, Yan Li, sendo que contou ainda com a participação de Chris Wong Koon Ho, professor assistente da UM.

A descoberta desta técnica deu já origem a um artigo científico na Biomaterials, uma publicação de renome internacional neste domínio da ciência.

As células estaminais podem ser encontradas em várias partes do corpo: medula óssea, sangue, cérebro e cordão umbilical, entre outros. São responsáveis pela regeneração de tecidos e órgãos danificados. O transplante de células estaminais permite, em muitas situações, salvar vidas, o que faz com que tenham um elevado valor clínico. No entanto, requerem complexos métodos de recolha e de armazenamento.

A exposição deste tipo de células a temperatura desfavoráveis e à humidade, bem como a níveis desaconselhados de oxigénio e de dióxido de carbono causam a deterioração do material biológico. Neste momento, o transporte de longa distância baseia-se sobretudo na criopreservação, com custos muito elevados. Quando as células estaminais são levadas para locais mais próximos, existem outras formas de conservação, mas com limites, explica a UM, pelo que não é possível garantir a qualidade durante mais de 48 horas. “A nova tecnologia desenvolvida pela UM vem ultrapassar estas limitações”, a um preço muito acessível.

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