Grupos pró-China em Taiwan protestam contra activista e deputados de Hong Kong

[dropcap style≠’circle’]G[/dropcap]rupos pró-China em Taiwan protagonizaram protestos e confrontos com a polícia à chegada à ilha de um activista e de três deputados de Hong Kong para participar num fórum pró-democracia, informou ontem o diário Taipei Times.

O Fórum sobre a Democracia, Legislação e Movimentos Sociais, organizado pelo Partido Novo Poder (PNP) de Taiwan, foi muito criticado por Pequim através do Gabinete dos Assuntos de Taiwan, que o qualificou como uma conspiração entre os movimentos de independência de Taiwan e Hong Kong para dividir a China.

De Hong Kong chegaram a Taiwan o activista Joshua Wong, dirigente estudantil dos protestos pró-democracia de 2014, e os deputados Nathan Law, Edward Yiu e Eddie Chu, para participar no fórum.

Ao chegarem ao aeroporto foram recebidos com protestos protagonizados por cerca de 200 membros de um grupo pró-China, que conseguiram romper o cordão policial, mas foram impedidos de agredir Wong e os deputados.

Mais tarde, durante e depois da realização do fórum, cerca de 300 membros de grupos pró-China protagonizaram protestos.

Surpresas e manipulações

No fórum, Joshua Wong disse que estava surpreendido com os protestos e afirmou que nem ele nem os três deputados eram defensores da independência de Hong Kong.

O deputado Nathan Law, por sua vez, disse que os protestos eram fruto de uma manipulação do Partido Comunista chinês e que não iriam afectar a sua defesa da democracia e da autonomia de Hong Kong, nem tão pouco as suas relações normais e saudáveis com Taiwan.

O Partido Novo Poder, nascido de um movimento estudantil que em 2014 tomou o controlo do Parlamento em protesto pela política de aproximação económica à China prosseguida pelo então Presidente Ma Ying-jeou, é uma formação política anti-sistema e radicalmente independentista.

Joshua Wong e Nathan Law tinham já encontrado cerca de 50 manifestantes pró-China no aeroporto de Hong Kong, munidos com cartazes com mensagens em que os chamavam de “traidores”, escreveu ontem o jornal South China Morning Post.

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