Eleições | Scott Chiang diz que ainda não há nomes pensados para 2017

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s recursos humanos e financeiros continuam a ser um desafio para a Associação Novo Macau Democrático. Mas nada que assuste o presidente da organização, mais focado no papel que quer desempenhar no progresso local.

“Temos trabalhado com poucos recursos, mas não estou com medo.” Quem o diz é o presidente da Associação Novo Macau Democrático, Scott Chiang. O líder do movimento pró-democracia, que assistiu à redução de três para dois deputados na Assembleia Legislativa em 2013, enfrenta o desafio de gestão de recursos diminutos. A organização que tradicionalmente se financia, sobretudo, através dos salários dos seus representantes na Assembleia Legislativa, considera de vital importância manter o número de assentos parlamentares, de forma a assegurar estabilidade financeira.

“Não temos fundos do Governo, mas também nunca pedimos. Existe, portanto, uma enorme discrepância entre o tipo de dinheiro que conseguimos, e os fundos angariados por outras associações ditas patrióticas”, explica Chiang.

Mesmo a tradicional receita proveniente dos salários dos deputados, que doam à associação parte significativa dos seus ordenados enquanto membros do órgão legislativo, pode estar em perigo, caso estes não sejam reeleitos. Os donativos independentes não são sequer considerados alternativa. Apesar de existirem, são em quantidade reduzida, já que não há esse costume em Macau.

Outra dor de cabeça é a falta de recursos humanos, voluntários, que são difíceis de mobilizar. Para o dirigente, as metas da associação têm de estar vinculadas aos seus recursos reais. Mas, o mais importante, é “ter objectivos muito específicos, uma actividade bem definida, que seja mobilizadora para a população”.

No caminho certo?

A falta de recursos humanos parece estar intimamente ligada com a própria natureza da organização. “Algumas pessoas chamam-nos democráticos, outros acham que somos a oposição, mas há quem ache que só causamos problemas”. Como tal, Scott Chiang considera natural ter uma vida cheia de sarilhos, uma jornada pouco suave. Algo que também decorre, naturalmente, da promoção do pensamento crítico e do cepticismo.

A Associação Novo Macau Democrático enfrentará em breve uma prova de fogo, as eleições de 2017. Por enquanto, o dirigente ainda não tem uma lista provisória para apresentar à assembleia-geral da organização. Essa matéria será ponderada e decidida mais perto do acto eleitoral, depois de a Comissão Eleitoral marcar uma data. Porém, normalmente o órgão colegial da organização reúne na Primavera do ano das eleições, algures entre Março e Maio.

Para já, o foco de Scott Chiang é manter um propósito muito bem definido. “Aquilo que procuro saber é se estamos no caminho certo para servir Macau”, essa é a via de sobrevivência para a organização. “Se estivermos a fazer o trabalho que era preciso ser feito há 10 anos, não agora, não estaremos a trabalhar para o presente, nem tão pouco a tratar do futuro. Aí, receio que cheguemos ao fim aqui em Macau”, confessa Chiang. O propósito é trabalhar para resolver os problemas da população hoje e daqui para a frente, construir uma sociedade civil, cultivar o eleitorado, envolver a população. “Isso é algo que não se resolve com números de voluntários, ou elevadas somas de dinheiro”, remata o dirigente.

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