China / ÁsiaChina | Milhões desperdiçados em centrais a carvão “inúteis” Hoje Macau - 29 Nov 2016 Serão cerca de 460 mil milhões de euros gastos em centrais desnecessárias. A acusação parte da Carbon Tracker Initiative, uma ONG britânica que examina as implicações financeiras das alterações climáticas [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China, primeiro emissor mundial de gases com efeitos de estufa, prevê gastar milhões de euros em centrais eléctricas a carvão de que não precisa, denunciou ontem uma associação ecologista. O gigante asiático poderá gastar 460 mil milhões de euros nem centrais a carvão que vão continuar inutilizadas, estima um relatório da Carbon Tracker Initiative, uma organização que analisa as consequências financeiras das alterações climáticas. Em Julho, as capacidades das centrais de carvão na China totalizavam 895 gigawatts (GW), mas essas 2.689 ‘fábricas’ “são apenas utilizadas durante metade do tempo”, advertiu o relatório. No entanto, a construção de centrais a carvão continua a ritmo acelerado, a uma média de duas novas instalações por semana este ano. As centrais já em construção acrescentariam 205 GW ao parque existente e os projectos adicionais outros 405 GW suplementares. Sem justificação Para a ONG de Londres, trata-se de “uma má alocação de capital, de uma magnitude nunca antes vista”. Um anterior relatório da Greenpeace referia a existência em Julho de 300 GW de capacidades excedentárias nas centrais a carvão. “Para que estas capacidades adicionais fossem justificadas, até 2020, era preciso que a produção de energia aumentasse pelo menos 4% ao ano e que as centrais funcionassem a 45% das suas capacidades”, disse a Carbon Tracker Initiative. Ora, a trajectória da segunda economia mundial sugere o inverso: o seu consumo energético não aumenta mais do que 3% ao ano, contra os 10% registados há alguns anos. O carvão, de que a China é o primeiro consumidor mundial, continua a ser um carburante indispensável da sua economia, fornecendo 60% da sua electricidade. O consumo do país duplicou no período 2004-2014, superando as quatro mil milhões de toneladas por ano.