China / ÁsiaRodrigo Duterte diz que não vai romper aliança com EUA Hoje Macau - 24 Out 2016 [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, declarou sexta-feira que não vai romper a aliança do seu país com os Estados Unidos, ao esclarecer o anúncio que fizera de que estava a planear “uma separação”. “Não se trata de cortar laços. Rompimento é cortar relações diplomáticas. Não posso fazer isso. Porquê? É do interesse do meu país que eu não faça isso”, explicou Duterte à imprensa na sua cidade natal, Davao, depois de regressar de uma visita à China. O controverso chefe de Estado filipino afirmou na quinta-feira, durante uma visita de quatro dias a Pequim, que tencionava pôr fim à aliança de 70 anos das Filipinas com os Estados Unidos, em favor da China e da Rússia. “Anuncio a minha separação dos Estados Unidos”, declarou Duterte perante um grupo de empresários chineses. “A América perdeu. Realinhei-me com a vossa corrente ideológica e talvez vá também à Rússia falar com [o Presidente, Vladimir] Putin e dizer-lhe que somos três contra o mundo: China, Filipinas e Rússia. É a única maneira”, sustentou. Confusão instalada O porta-voz do departamento de Estado, John Kirby, disse na quinta-feira que os Estados Unidos pediriam às Filipinas um esclarecimento sobre o comentário da “separação”. “Não é claro para nós o que isso quer exactamente dizer e quais as suas implicações”, observou. Kirby indicou também que os Governos asiáticos estão a ficar cada vez mais nervosos por causa de Duterte, que tem sido duramente criticado no Ocidente por ordenar uma guerra contra o crime na qual milhares de pessoas foram mortas. “Não são só os Estados Unidos que estão confusos com essa retórica. Ouvimos de muitos dos nossos amigos e parceiros na região que também eles estão confusos sobre a direcção que isto leva”, declarou. No sábado, Rodrigo Duterte emitiu uma série de comentários para clarificar as suas afirmações. “Romper é cortar. Separar é apenas adoptar outra forma de fazer as coisas”, sustentou. “Aquilo a que estava realmente a referir-me era à separação da política externa, porque no passado, e até eu me tornar Presidente, sempre seguimos as indicações dos Estados Unidos”, explicou. Duterte vai visitar o Japão na próxima semana para “reforçar a forte parceria estratégica” entre Manila e Tóquio, durante a qual irá ser presenteado com um pacote de ajuda financeira, segundo os ‘media’ locais.