China / ÁsiaMar do Sul | Pequim critica passagem de navio de guerra dos EUA Hoje Macau - 24 Out 2016 [dropcap style≠’circle’]M[/dropcap]ais um episódio nas agitadas águas do Mar do Sul da China. Na sexta-feira um contra-torpedeiro norte-americano entrou em águas territoriais chinesas junto às ilhas Paracel. Pequim classificou o acto como uma provocação deliberada Pequim descreveu a passagem de um navio de guerra dos Estados Unidos perto de uma zona disputada no Mar do Sul da China na sexta-feira como um “acto ilegal grave” e “deliberadamente provocador”. Num comunicado publicado na madrugada de sábado no seu portal na Internet, o Ministério da Defesa chinês indica que dois navios de guerra chineses dissuadiram um contra-torpedeiro norte-americano de prosseguir a sua rota após ter penetrado “em águas territoriais chinesas” perto das ilhas Paracel, que a China controla e cuja soberania é reivindicada pelo Vietname e Taiwan. “A entrada [do navio norte-americano] em águas territoriais chinesas é um acto ilegal grave e deliberadamente provocador”, refere o comunicado. Numa outra nota, o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês declara que a acção norte-americana “violou gravemente a soberania, os interesses de segurança da China e as leis chinesas e internacionais”. Contraponto O Pentágono indicou na sexta-feira ter enviado o USS Decatur para perto das Paracel, detalhando que o navio não tinha, contudo, penetrado no perímetro de 12 milhas náuticas das ilhas – limite definidor de águas territoriais, à luz da lei internacional. O contra-torpedeiro respeitou “o procedimento habitual e legal, sem ser escoltada por outros navios e sem incidentes”, frisou o Pentágono. A manobra norte-americana figura como a terceira operação de “libertação da navegação”, levada a cabo desde o início do ano pelos Estados Unidos que, por diversas vezes, sublinharam ignorar as “excessivas” pretensões marítimas por parte da China. Tratou-se, contudo, da primeira desde que o Tribunal Permanente de Arbitragem considerou ilegítimas as reivindicações chinesas, dando razão às Filipinas, que expuseram o caso, numa decisão favorável para outros países da região, como Vietname, que também disputam parte das estratégicas águas. Pequim reivindica a soberania sobre quase todo o Mar do Sul da China, com base numa linha que surge nos mapas chineses desde 1940 e tem investido em grandes operações nesta zona, transformando recifes de corais em portos, pistas de aterragem e em outras infra-estruturas.