CPU | Biblioteca Central não reúne consenso quanto à localização

[dropcap style≠’circle’]P[/dropcap]roblemas de acesso, estacionamento e de trânsito foram algumas das questões levantadas ontem na nona Reunião Plenária do Conselho de Planeamento Urbanístico (CPU) quando abordado o projecto para a Biblioteca Central. Se por um lado as opiniões convergem no que respeita à importância de ter esta infra-estrutura na RAEM, a sua localização e as dificuldades de acesso que se levantam são fonte de divergências. O aproveitamento dos terrenos destinados à Fundação Macau foi uma das soluções apontadas.
Chan Chit Kit começa por levantar a questão da localização apontando que, pelo facto de estar numa zona assolada pelo trânsito e com ausência de estacionamentos, a Praia Grande não é o local “mais apropriado para uma infra-estrutura deste calibre”. O membro do CPU não desconsidera uma Biblioteca Central mas considera que “também a biblioteca da Universidade de Macau deveria estar aberta ao público até porque tem estacionamento”, afirma.

Local central

O Instituto Cultural, por seu lado não partilha da mesma opinião. Em resposta às vozes não convencidas Leong Wai Man, substituta do presidente do IC justifica que a escolha da localização “foi porque na altura tivemos que levar em conta o espaço (que o estudo da altura apontava que tinha que ser maior que 25 mil metros quadrados), e outro motivo foi para facilitar a população, porque todos os residentes têm fácil acesso a esta área e a Península é o sitio ideal”. Por outro lado este tipo de infra-estruturas ficam, normalmente situadas no centro de grandes cidades”.
A representante do IC continua, argumentando “o facto de vir a existir ali uma estação do metro ligeiro” é uma mais valia e admite a possibilidade de vir a ser construído um túnel de ligação entre o parque de estacionamento e a biblioteca para facilitar as entradas e saídas dos visitantes.
Uma alternativa de localização apontada por Chan Tak Seng, membro do CPU, foi o aproveitamento do terreno junto ao Centro de Ciência de Macau que tem prevista a ocupação do próprio Centro e de estruturas de apoio à Fundação Macau, como uma boa alternativa para a Biblioteca Central. O membro do CPU não deixa de considerar que é “bom que a FM tenha as suas próprias instalações mas a proximidade do Centro de Ciência e aquele local reúnem as condições para uma possível localização da Biblioteca também”, afirma Chan Tak Seng.

Números inflacionados

A previsão de cerca de oito mil visitantes diários àquele novo espaço também não reúne consenso e as dúvidas acerca da aproximação à realidade deste número são levantas sendo que “os hábitos de leitura têm vindo a mudar e cada vez mais jovens optam por leituras online”. Em resposta, Leong Wai Man refere que para além da vertente do leitor , a Biblioteca Central será um espaço de arquivo que prevê a preservação de mais de cem documentos históricos. Por outro lado, além da sua função normal esta “é uma infra-estrutura que será responsável pela coordenação das restantes bibliotecas do território”.

Concurso internacional

Tendo em conta o papel de coordenação Manuel Ferreira considera então que o projecto não deveria, como a semana passada foi anunciado pelo IC, ser restrito a candidatos locais,. Para o membro do CPU é necessário abrir o concurso “a empresas estrangeiras que ontem com experiência na construção de projectos idênticos”.
Falta ainda saber se a nova biblioteca Central está pensada de modo a conter meios de acesso e circulação para pessoas portadoras de deficiência.

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