Casas Taipa | ADM e APIM não foram contactadas para museu sobre macaenses

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Associação dos Macaenses (ADM) e a Associação Promotora da Instrução dos Macaenses (APIM) não foram contactadas sobre o museu dos filhos da terra que vai nascer nas Casas-Museu da Taipa. Isso mesmo confirmou Miguel de Senna Fernandes, presidente das duas entidades, ao HM.
“Não, nunca fomos abordados para fosse o que fosse em relação àquelas casas”, começou por referir o também advogado, que admitiu “não fazer ideia” que está programada a abertura de um museu que vai “apresentar a vida cultural dos macaenses e da alimentação”, como anunciou o Governo numa resposta ao HM e num comunicado emitido posteriormente, na noite de segunda-feira.
“Falava-se de muita coisa, mas até agora não sei certo o que vai acontecer naquelas casas. Não sei absolutamente nada, lá está. É uma coisa [sobre a qual] nem sequer fomos ouvidos, nem a ADM, nem a APIM. Acho que a Santa Casa [da Misericórdia] também não foi ouvida neste sentido.”
O HM tentou perceber junto de António José de Freitas, presidente da Santa Casa, se esta instituição – que se junta às outras duas como uma das que representa os macaenses – foi envolvida na decisão do Executivo, mas não foi possível estabelecer contacto.
De acordo com as informações do Governo, o museu dedicado aos filhos da terra vai ser “operado pelo Instituto de Formação Turística”, sendo que mais detalhes vão ser anunciados “na abertura” das Casas após a reconstrução, ainda antes do Festival da Lusofonia. Senna Fernandes diz que a iniciativa é de louvar, mas por agora, a bola está, então, do lado do Governo.
“A ser assim, isto é da livre decisão do Governo. E estranho muito que, quando se fala da criação de uma coisa que é macaense – que é de louvar, naturalmente -, não sejamos sequer ouvidos. Mas pronto, fica ao critério do Governo.”

Restaurante português

As obras de reparação das Casas-Museu da Taipa foram anunciadas sem muitos detalhes, sendo que, na segunda-feira, o IC explicou que os trabalhos – que custam 6,4 milhões de patacas – marcam o início da revitalização da zona prometidos pelo Governo, conforme publicado pelo HM na edição de ontem. Recentemente, o Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura frisou que os espaços iriam ser transformados para serem uma demonstração das culturas de Macau, onde se inclui a portuguesa, e que irão focar-se sobretudo na gastronomia. Um pedido feito pela Casa de Portugal para transferir para lá o restaurante Lvsitanvs chegou a ser negado, mas esta instituição foi uma das recentemente convidadas para ocupar um dos espaços.
Ontem, numa conferência para a qual os jornalistas foram convidados em cima da hora, o IC explicou – de acordo com a TDM – que uma das casas, o primeiro junto ao palco da Avenida da Praia, vai ser “um restaurante de gastronomia portuguesa” que vai ser também fiscalizado pelo IFT, em moldes semelhantes ao novo café dos Lagos Nam Van. Fanny Vong, presidente do Instituto, diz que ainda está a ser estudada a forma como será atribuído o espaço – que vai ser arrendado – e que entidade ficará encarregue do local. Ainda não há prazo para que comece a funcionar. O HM tentou contactar Amélia António, presidente da Casa de Portugal, para obter uma reacção, mas não foi possível até ao fecho desta edição.
Ainda de acordo com a TDM, as outras casas vão receber um espaço permanente de exposição de produtos portugueses, trabalhos das indústrias criativas e outros serão reservados “para representações diplomáticas”.

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