PolíticaPlano Quinquenal | Governo finaliza versão em Setembro. População insatisfeita com habitação e ambiente Joana Freitas - 21 Jul 2016 A população não está muito satisfeita com as perspectivas do Governo face aos solos, habitação e a protecção ambiental. São alguns dos resultados da auscultação sobre o Plano Quinquenal, que vê a sua versão definitiva chegar em Setembro [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Governo vai apresentar uma nova versão do Plano Quinquenal de Desenvolvimento da RAEM (2016-2020) em Setembro. Lao Pun Lap, coordenador do Gabinete de Estudos das Políticas, apresentou ontem as primeiras conclusões sobre a consulta pública ao plano, que indicam alguma insatisfação face a diferentes áreas de Macau. O tema que mais levou as pessoas a emitir opinião foi o relacionado com “a vida da população”, mas foram os solos e a habitação que mais originaram críticas negativas. De todas as 700 opiniões recebidas sobre este tema, que se debruçava sobre construção de habitação pública e criação de reservas de terreno, 39,2% eram “negativas”. A insatisfação alargou-se ainda à protecção ambiental – onde se incluía controlo da poluição e redução das emissões do lixo – que reuniu 34,6% de opiniões negativas em mais de 500, e à Administração Pública, que viu 20,9% das 781 opiniões emitidas serem desfavoráveis. Questionado sobre a razão para estes números, Lao Pun Lap não se alargou muito nas explicações. “Este é sentimento na vida quotidiana da população. O Governo está atento e vamos melhorar os nossos trabalhos. Nos temas onde a opinião negativa for maior é onde nos vamos focar.” Interesses no ar As opiniões são importantes para o Governo, frisa Lao Pun Lap, que indica que estas servirão para fazer ajustamentos no plano. No caso das opiniões positivas, estas versaram sobre Macau como uma plataforma entre a China e os Países de Língua Portuguesa, à cooperação regional e ao turismo de lazer. Todas as opiniões, que ascenderam a mais de 300, satisfizeram os residentes acima dos 90%. Segundo Lao Pun Lap, quem participou pediu que o planeamento urbano do território seja feito o mais rápido possível, a par do marítimo, mas também a desburocratização na Função Pública, a formação de bilingues no Direito e melhoria nos transportes públicos. O próximo passo é criar grupos especializados para implementar o plano e compilar estas opiniões para “rever o plano”. Lao Pun Lap frisa que “o trabalho não é pouco”, mas adianta que a nova versão já tem data marcada para sair. “A versão definitiva está pronta na primeira metade de Setembro. O segundo passo é, através da Comissão para a Criação de um Centro de Lazer, ir implementando e ajustando o plano”, frisou o responsável, acrescentando, no entanto, que o plano está já em curso uma vez que começou este ano. Durante duas fases, de Abril a Junho, foram recolhidas 10.800 opiniões, tendo sido as redes sociais o meio mais utilizado para tal. Mais de uma centena de entidades e associações também participaram. O Plano Quinquenal traça algumas metas para o desenvolvimento sócio-económico da RAEM nos próximos cinco anos. MUST analisa conhecimentos A Universidade de Ciência e Tecnologia (MUST, na sigla inglesa) foi incumbida pelo Governo para fazer um inquérito sobre o conhecimento da população sobre o plano. A universidade recebeu 395 mil patacas em troca, para as duas fases da consulta, e os resultados indicam que, no geral, a consciência sobre a existência deste plano era “alta”.