IC | Ung Vai Meng assume pouco poder do organismo cultural

O presidente do Instituto Cultural (IC), Guilherme Ung Vai Meng, negou que o instituto assuma um poder decisório no processo de classificação de bens imóveis de Macau. Em termos práticos, o presidente quis com isto dizer que apesar das várias sugestões da sociedade a última palavra será sempre do Governo.
As declarações aconteceram no programa Macau Talk, do canal chinês da TDM, ontem, onde o presidente aproveitou também para garantir que o organismo em causa tem capacidade para reparar o edifício nº1 da Rua da Barca. Guilherme Ung Vai Meng explicou ainda que a preservação do património é um trabalho da sociedade.
Até ao momento, apontou, foram realizadas 400 inspecções ao património, sendo que o trabalho de conservação, passando também pela sociedade, permite que a mesma se pronuncie sobre classificação do mesmo. Ainda assim, repara, mesmo com a chegada de sugestões durante o processo de classificação, a decorrer, não é o IC que tomará a decisão final.
“O importante é a participação dos residentes na classificação, só o público pode encontrar as conotações culturais dos edifícios históricos, como no caso do Hotel Estoril, o IC prefere a renovação do hotel para um complexo de jovens, por causa da Lei de Salvaguarda do Património Cultural, o Governo tem de respeitar as suas sugestões deles, e os cidadãos podem participar no trabalho de classificação.” exemplificou.

Reparação na Barca

Relativamente ao edifício da Rua da Barca, parcialmente destruído, Guilherme Ung Vai Meng garantiu que o organismo tem competência para a reparação do mesmo, permitindo a sua reconstrução, mesmo sem o telhado. “Depois da recuperação predial o público conseguirá saber o valor deste edifício”, avançou.
O presidente explicou ainda que a classificação não é um acto de confiscar as propriedades privadas – tal como alguns proprietários acusaram o IC -, mas sim um acordo necessário ao desenvolvimento da sociedade. Ao mesmo tempo, acha que a destruição dos edifícios patrimoniais não é melhor opção, sendo que a revitalização dos mesmos – depois de reparados – é o melhor caminho, podendo ser aproveitados para desenvolver o turismo.
O IC tomou a decisão de não iniciar a classificação para os dois prédios que estão ao lado do Centro Hospitalar Conde de São Januário, depois de ouvir a opinião dos Serviços de Saúde, acrescentou.
Tomás Chio

Subscrever
Notifique-me de
guest
0 Comentários
Inline Feedbacks
Ver todos os comentários