Jogo | Aumentos vão depender das receitas, dizem analistas

[dropcap style=’circle’]E[/dropcap]sta semana volta a subir o número de associações de trabalhadores de Jogo que pedem às operadoras para aumentar o ordenado dos seus funcionários. Mas analistas contactados pelo HM dizem não estar certos que o Jogo verá melhores dias. Caso isso não aconteça, não é exequível aumentar salários. Casino_Lisboa_Macau
“Se as empresas conseguirem ver um futuro positivo no sentido de aumento das receitas, então passa a haver razão e fundamento para engordar os salários”, começa por explicar Carlos Siu, do Centro Pedagógico e Científico na Área de Jogo. Mas, para o académico, há que ser realista. “Os trabalhadores têm noção do estado da economia, eles sabem perfeitamente em que altura estamos”, afirma.
A opinião de Siu não é única: também Kwok Chi Chung, da Associação de Mediadores de Jogos e Entretenimento de Macau, afirma que a hipótese de aumento só se põe se as receitas seguirem o mesmo caminho.
“Os trabalhadores têm que ver bem a situação actual e perceber se realmente é possível proceder a aumentos, mas se as receitas melhorarem, é provável que haja espaço para isso”, disse ao HM.

Inflação tramada

Para a Associação Power of the Macao Gaming, é preciso encher os bolsos destes empregados para que possam fazer face ao aumento da inflação. A Associação explicou, numa conferência na passada quarta-feira, que face à queda das receitas de 23 mil milhões de patacas, as operadoras não mostram qualquer intenção de aumentar os ordenados. Um porta-voz do colectivo considera que tal medida pode “afectar a motivação dos funcionários”, uma vez que a tendência no sector das PME é inverso.
A Associação acredita que aumentar a remuneração ou atribuir bónus a 60 mil funcionários das seis operadoras de Jogo  “não vai implicar pressão ao funcionamento e financiamento das empresas”. Já em meados de Janeiro, a Associação de Empregados das Empresas de Jogo Macau entregou uma carta a seis operadoras de Jogo, igualmente pedindo o aumento de salários.
Choi Kam Fu, director geral da associação mostra-se optimista em relação ao pedido, justificando que a abertura de novos empreendimentos no Cotai pode ajudar a estabilizar as receitas. Actualmente, o ordenado médio de um croupier é de pouco mais de 18 mil patacas.

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