CPU pede plano geral das zonas em vez de análise caso a caso

A análise a determinados terrenos ou construções leva a que não se possa ter a ideia total do que vai nascer em determinadas zonas de Macau. Membros do CPU pedem, por isso, que se analisem planos gerais

[dropcap style=’circle’]W[/dropcap]u Chou Kit, membro do Conselho do Planeamento Urbanístico (CPU), pediu ontem que o Governo se dedicasse a fazer um planeamento alargado das zonas, em vez de se analisarem os projectos para novos imóveis caso a caso, como tem acontecido desde a entrada em vigor da Lei do Planeamento Urbanístico. Na primeira reunião do CPU, que decorreu ontem e onde estavam em discussão a atribuição de licenças de construção a 14 imóveis em Macau e nas ilhas, Wu Chou Kit alertou para necessidade de existência de um plano alargado por zona, de forma a que se perceba o que está a ser avaliado. A Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) respondeu vagamente, referindo apenas que, no futuro, quando existirem mais dados recolhidos, essa opção poderá ser adoptada.
Foi também discutido na reunião o poder vinculativo, ou não, dos pareceres do Instituto Cultural (IC) sobre as construções, já que na prática, como disse Wu Chou Kit, os construtores acabam por fazer o “que bem entendem”. Relativamente a este assunto, o Secretário para as Obras Públicas e Transportes Raimundo do Rosário, também presidente da Comissão, assegurou que se as indicações do IC estiverem na planta os construtores têm tendência a segui-las.

Cuidado com as imitações

O arquitecto Rui Leão, outro dos membros da Comissão, manifestou-se contra a vinculação obrigatória no que às linhas arquitectónicas dos imóveis diz respeito, alertando para o problema da autenticidade pois, conforme disse, “descobriu-se em várias cidades que esse método era um erro pois dava origem à criação de obras falsas e à eventual demolição das originais por já não estarem ao nível daquelas que entretanto vão sendo construídas.”
Em discussão ontem estiveram diversas construções, como o caso de um terreno junto ao Largo da Ponte, na Taipa, que terá sido o que mais comentários suscitou, quer da parte dos conselheiros, quer por via da consulta pública. Como o terreno em causa é público – e é apenas uma parcela de um terreno maior e desocupado – vários conselheiros voltaram a trazer à discussão a necessidade de um planeamento geral, interrogando-se porque se avalia apenas aquela parcela e não o terreno todo.

Edifício de 93 metros no centro da cidade?

Segundo notícia ontem avançada pelo jornal Tribuna de Macau, o lote na Av. Dr. Mário Soares ao lado do hotel Grand Emperor, que foi excluído da lista de terrenos cuja concessão iria caducar, poderá albergar um edifício até 93 metros de altura nos 41.69 metros quadrados disponíveis. O imóvel será destinado a comércio, escritórios e estacionamento e está agora em consulta pública a viabilidade da sua construção. É ainda referido no projecto que a futura construção terá o mérito “de melhorar a paisagem na Travessa Central da Praia Grande pois irá providenciar a manutenção dos canteiros”.

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