LAG 2016 | Lionel Leong admite preços chocantes de rendas pagos pelo Governo

O Secretário para a Economia e Finanças diz ser chocante os valores pagos pelo Governo pelas rendas dos serviços públicos, mas não dá soluções para já. Leong não dá números, mas o HM sabe que são cerca de 600 milhões anuais, feitas as contas já em Maio deste ano

Com Joana Freitas

[dropcap style=’circle’]L[/dropcap]ionel Leong admitiu ontem que os preços das rendas pagas pelo Executivo para os serviços públicos são elevados. O montante despendido pelo Executivo em rendas para estes espaços, espalhados por diversos sítios, foram motivo de questões levantadas pelo deputado Chan Meng Kam, durante a apresentação das LAG do Secretário para a Economia e Finanças. O deputado quis saber se o Governo poderia tornar pública a lista de gastos para o arrendamento dos espaço e apresentou a sugestão de se construírem edifícios que acolhessem provisoriamente estes órgãos. A resposta do responsável não tardou.
“Os serviços públicos pagam rendas muito elevadas todos os anos. Também eu sinto muito o preço das rendas, fico muito chocado com estes montantes gastos no arrendamento”, começou por indicar o Secretário, que relativamente à publicação dos valores das rendas pagas, apresentou algumas reticências.
“Eu, como Secretário, tenho que estar ciente destes valores, mas relativamente à publicação destes valores acredito que isto possa, ou até não, afectar o mercado do arrendamento. Será que vão subir? Será que vão descer? É preciso ouvir a sociedade porque a divulgação dos dados pode trazer algum impacto”, defendeu.
Relativamente à construção de edifícios específicos para os serviços públicos, apesar de Lionel Leong ter clarificado que esse assuntou não era contemplado pela sua pasta, “do ponto de vista financeiro”, o Secretário admite que faz mais sentido ter “edifícios permanentes” que é, aliás, o que o Executivo quer.
“Assim limitamos as quantias gastas no arrendamento em apartamentos ou edifícios no mercado privado, assim como poupamos nos custos das mudanças”, indicou, adiantando que este tipo edifícios permanentes irão permitir o controlo “melhor dos gastos do próprio erário público”.
Caso não exista a possibilidade de se construírem edifícios permanentes, a solução dos provisórios “não é a pior solução”, diz. É possível adoptar a medida, assegura, mas não para já.

600 milhões por ano

Apesar de não querer apontar números, conforme o HM avançou em Maio deste ano, o Governo paga cerca de 600 milhões por ano em rendas para mais de meia centena de espaços de serviços públicos. Dados fornecidos ao HM pela Direcção dos Serviços de Finanças indicavam que, mensalmente, 48,1 milhões de patacas eram pagas por rendas. A maioria dos espaços estão em prédios privados, com o Macau Square e o China Plaza a serem os espaços mais requisitados. Em 2009, o Comissariado de Auditoria aconselhava o Governo a fazer precisamente estes prédios para que não houvesse estas despesas.

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