SociedadeSalário Mínimo | Moradores querem manter subsídios do Governo Flora Fong - 17 Set 2015 [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]sector da administração de propriedades diz ser “óbvio e normal” que a despesa de condomínios aumente largamente depois de ter sido aprovado o salário mínimo para os trabalhadores de limpeza e segurança, algo de que os moradores se têm vindo a queixar. Um representante de condóminos disse ontem que o aumento das despesas devido à implementação do salário mínimo é “insuportável” e pediu que o Governo continue a entregar a estes trabalhadores subsídios complementares de salário, em vez de aumentar o ordenado. O Governo assegura que vai pôr fim à polémica. No programa “Macau Talk” do canal chinês da Rádio Macau, o presidente da Associação de Administração de Propriedades de Macau, Paul Tse, e o representante das comissões de condomínios da zona norte, Ho Mao Pan, foram convidados para discutir a questão do salário mínimo, que vai entrar em vigor no dia 1 de Janeiro de 2016. Uma ouvinte do programa, de apelido Lao, considera que a implementação do salário mínimo não deve fazer subir as despesas dos condomínios e uma outra moradora, chamada Ao Ieong, diz que a proposta de lei não foi bem construída. A residente diz considerar uma falha que a lei não defina quem deve ser responsabilizado pelo aumento salarial dos funcionários. Outra visão Paul Tse pensa o contrário e diz que o custo do funcionamento dos condomínios deve aumentar com a entrada em vigor do salário mínimo, algo que, diz, é “nada estranho”. “Ao longo do tempo, o salário pago pelas empresas aos trabalhadores de segurança foi de cerca de duas mil patacas, o resto eram subsídios oferecidos pelo Governo. Em Janeiro de 2016, pode atingir as sete mil patacas e, para mim, aumentar a despesa de condomínios não é nada estranho.” Por outro lado, o representante das comissões de condomínios da zona norte afirmou que já recebeu opiniões dos cidadãos achando que o aumento da despesa é demasiado alto. Considera, por isso, necessário implementar medidas complementares quando entrar em vigor a lei. “Os proprietários têm pago apenas 300 patacas de despesa e, se passarem a pagar mais de mil patacas, vai ser difícil que aceitem”, acrescentou, sugerindo manter o subsídio do Governo. A Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL), através do director substituto, Lao Wai Meng, disse numa resposta a Song Pek Kei que vai resolver a polémica, impulsionando as empresas a preparar os dados relativos ao aumento dos custos, elaborando propostas de gestão e de orçamento, de forma a ter uma votação sobre o aumento em reuniões das comissões de condomínios.